Sem dar à frase qualquer conotação de juízo de valor sobre o trabalho desenvolvido pela polícia do Pará, o titular da Segup observou que as organizações criminosas ligadas ao tráfico costumam agir com enorme desembaraço, enquanto os Estados nacionais, a quem compete combatê-las, se mostram pouco aptos e inteligentes.
“O fato é que o mundo não é nenhum big brother”, alfinetou. Numa aparente alusão aos Estados Unidos, ele destacou que mesmo países ricos, com polícias bem aparelhadas, abundantes recursos financeiros e sofisticados recursos tecnológicos, não conseguiram até hoje conter o avanço das drogas.
No caso específico do Pará, o secretário fez referência ao levantamento divulgado recentemente pela Confederação Nacional de Municípios, que apontou a existência, no Estado, de 98 cidades minadas pelo tráfico.
NA REGIÃO METROPOLITANA, TRÁFICO É RESPONSÁVEL POR 80% DOS HOMICÍDIOS
A Secretaria de Segurança Pública do Estado acaba de elaborar um mapa completo da situação do tráfico de drogas na Região Metropolitana de Belém. O estudo, que será passado ao comando da área de segurança do próximo governo, identifica os líderes principais das organizações envolvidas com o tráfico, os seus integrantes e as áreas consideradas mais “quentes”, tanto no que diz respeito ao comércio ilegal de drogas quanto aos crimes relacionados com o tráfico.
Alguns dados são assustadores, embora não exatamente surpreendentes. De acordo com o secretário de Segurança, Geraldo Araújo, cerca de 80% dos homicídios registrados nessas áreas estão relacionadas com o tráfico. Os motivos para as execuções são quase sempre os mesmos, segundo o secretário: o não pagamento de dívida assumida com o traficante, a invasão de território e as desavenças entre pessoas ou grupos ligados ao tráfico.
Geraldo Araújo informou que, somente nos bairros de Águas Lindas e Júlia Sefer, foram registrados este ano, até agora, nada menos que 54 homicídios, a maior parte deles, seguramente, relacionada com o tráfico de drogas. Acrescentou que, de 40 pessoas envolvidas com esse tipo de crime na Cabanagem, uma das áreas “quentes” da cidade, 17 estão presas, seis se acham foragidas – mas já com prisão preventiva decretada – e outras 17 sob investigação para produção de provas.
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