Por email, Vilmar Soares, coordenador do Fórum Regional de Desenvolvimento Econômico e Sócio-Ambiental da Transamazônica e Xingu, enviou ao blog o texto seguinte, com o título acima:
A construção da Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, Estado do Pará, vem sendo debatida há mais de 30 anos e, mesmo hoje, após a licitação do empreendimento feita pelo governo, ainda é alvo de polêmicas. Para a maioria da população da região, no entanto, foram anos de espera pela realização de um sonho. Não simplesmente pela implantação da usina, mas por se acreditar que esta obra é apenas o início de um processo duradouro de desenvolvimento e a oportunidade para resolver problemas antigos e novos.
A defesa que entidades dos mais diversos segmentos da sociedade regional fazem de Belo Monte não está ligada somente à grandiosidade da obra e o impulso momentâneo que ela dará à economia, mas pela necessidade que as pessoas têm de serem vistas e atendidas nos seus anseios mais básicos, como educação, saúde de qualidade e acesso a um dos direitos mais fundamentais numa democracia, que é o de trabalhar e obter renda para o seu sustento e de sua família.
Esta posição favorável se baseia também na certeza de que a construção da hidrelétrica não significará de maneira alguma a morte do Rio Xingu, pois os cuidados ambientais tomados implicarão em um projeto com sustentabilidade garantida. Os aspectos sociais também têm do projeto a observância necessária para que a população, especialmente a mais pobre, não possa ser prejudicada. Pelo contrário, espera-se uma significativa melhoria na qualidade de vida da população.
Entretanto, para que este sonho possa de fato se transformar em realidade, a sociedade precisa se manter unida, em defesa da construção de Belo Monte, sim, mas vigilante quanto à implantação de ações e projetos que realmente melhorem a vida do nosso povo. Os investimentos e ações previstas nas compensações a serem adotadas pelo empreendedor garantem à região um futuro com ótimas perspectivas. Acrescentamos a isso as condicionantes previstas no licenciamento ambiental e temos as garantias de que este será um projeto verdadeiramente diferente e inovador, exemplo para o mundo.
Mas não existe vitória sem luta nem sucesso sem trabalho. É fundamental que a sociedade se mantenha firme, unida e que busque mecanismos para acompanhar a execução das compensações ambientais e sócio-econômicas previstas nos Estudos de Impactos Ambientais de Belo Monte. E que não aceite que as condicionantes previstas no processo de licenciamento sejam esquecidas ou adiadas para um futuro incerto. Esta fiscalização é que apontará o caminho que a sociedade quer seguir e qual será o futuro para a nossa região.
Somos parceiros proativos deste grande empreendimento que saudamos como um marco para o Brasil. Mas somos e seremos sempre duros, firmes e irredutíveis na cobrança de que Belo Monte possa significar também um marco para nosso povo, deixando para traz um passado de abandono e dificuldades e dando início a um novo tempo, de desenvolvimento econômico, respeito ao meio ambiente e, principalmente, dignidade para uma população que merece, sim, ter uma vida melhor e mais feliz.
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