Comentando o post intitulado "AHE Belo Monte: O desafio é a liberação da licença de instalação", publicado hoje, o leitor Alberto Duarte enviou o seguinte texto:
Parcela significativa das pessoas que fazem protestos contra a implantação da Usina de Belo Monte, sequer são agricultores ou indígenas. São aproveitadores da ingenuidade do povo simples e trabalhador. Fazem esses protestos para mostrar que possuem algum tipo de liderança e depois peregrinar nas portas de gabinetes de deputados estaduaias e federais angariando recursos para manutenção de seus mais íntimos desejos...
Quanto ao povo? Esse permanece servindo como massa de manobra...
Alberto Duarte
22 de novembro de 2010 18:58
Comentário do blog:
Tens razão, Alberto.
Mas é verdade também que existe gente séria envolvida na luta pela preservação do meio ambiente, gente que acredita que é possível desenvolver sem devastar, que podemos usar os recursos da natureza, de forma sustentável e responsável, para promover o desenvolvimento e o bem-estar dos trabalhadores e da sociedade, do planeta.
Mas também há muito pilantra, gente oportunista que vive de explorar a ingenuidade alheia, que levanta bandeiras ambientalistas, como disseste, apenas para correr atrás de dinheiro público e transformar isso em meio de vida.
Conheço gente, Alberto, que pegou dinheiro público para realizar eventos de cunho ambiental, não fez coisíssima nenhuma, torrou a grana, repartiu com políticos padrinhos e apresentou prestação de conta do projeto no tribunal de contas como se tudo tivesse acontecido como previsto no plano de trabalho do projeto.
Infelizmente, não se trata de fato isolado.
Já escrevi aqui sobre o financiamento de ONG's estrangeiras ao movimento realizado pelo caiapós, em fevereiro de 1989, lá em Altamira, evento que teve seu clímax com a índia Tuíra esfregando, ameaçadoramente, aquele terçado no rosto de um diretor da Eletronorte.
Tudo aquilo foi incentivado e financiado por organizações estrangeiras, principalmente americanas e canadenses, depois que o cacique Paulinho Paiakan foi levado pelo antropólogo americano Darrel Posey a proferir palestras pelo mundo sobre a ameaça que representaria o projeto de construção de hidrelétricas no rio Xingu e defendendo a criação de um estado autônomo dos kaiapós na região.
O que está sendo feito agora, mais de vinte anos depois, não é diferente. É uma pena que a maioria silente dos brasileiros, principalmente dos paraenses, assuma essa postura omissa diante de um movimento que representa ameaça direta à possibilidade real de desenvolvimento do nosso Estado. É certo que a maioria dos paraenses compreende a importância que representa o AHE Belo Monte para o nosso desenvolvimento, mas omite-se em defendê-lo, como se fosse um ato vergonhoso. É incompreensível!
Essa é uma omissão que ainda poderá custar caro a todos nós, enquanto arrecadações de milhões de dólares são feitas na Europa, Estados Unidos e Canadá para financiar atividades que atentam contra o nosso desenvolvimento, contra nossa soberania.
José Maria Piteira
Nenhum comentário:
Postar um comentário