A publicação, hoje, no Blog do Zé Carlos do PV, de "Nota de Esclarecimento ao Povo Brasileiro", indica que o PV do Pará vai seguir a orientação da direção nacional da sigla e também dar um "Adeus!" a Marina Silva e dezenas de outros militantes verdes, que deixaram o partido, hoje.
Marina, ex-senadora, foi candidata do partido na última eleição presidencial, conquistando quase R$ 20 milhões de votos. José Carlos Lima da Costa, presidente do PV no Pará, foi candidato a deputado federal e conseguiu 24,9 mil votos, não sendo eleito.
A nota da direção nacional do PV diz que "O Partido Verde e sua candidata fizeram nascer nos corações e mentes de milhões de brasileiros a ideia de uma terceira via possível, uma alternativa consistente ao quadro simplista que nos era apresentado, de um Brasil com apenas duas portas que poderiam ser abertas em direção ao futuro. Não apenas nos consolidamos como uma opção política concreta". Na verdade, essa terceira via só se consolidou com a candidatura de Marina, não pela força eleitoral ou articulação política do PV.
Em avaliação ufanista, a nota do PV diz que "O Partido Verde e sua candidata, Marina Silva, fizeram história. A campanha que levou a causa verde para um número de brasileiros que nem nós no princípio esperávamos marcou-se pela sintonia perfeita entre o partido político e sua candidata". O ufanismo da nota se contradiz com o próprio resultado eleitoral alcançado por Marina, o que surpreendeu a direção do PV.
"Com generosidade e respeito às diferenças, para receber Marina Silva sem quaisquer freios, estabelecemos a cláusula de consciência, que permite que filiados explicitem suas posições pessoais em relação a itens do programa partidário em face de convicções religiosas. Reconhecendo desde o início a relevância política de Marina, foi alterado, também, o número de membros da Executiva do partido, de maneira a abrir espaço a vozes diretamente ligadas à futura candidata".
A ilusão das frases bem construídas pode dar a impressão de que o PV realmente criou espaços democráticos para a discussão sobre seu programa e a renovação da direção partidária. Na verdade, os "capas pretas" do PV se recusaram à discussão aberta sobre a renovação da direção nacional do partido, o que daria mais espaço ao grupo de Marina.
"Não podemos nos furtar, todavia, a expressar nossa posição sobre a situação que gerou a polêmica em torno da possível saída de Marina Silva de nosso partido. Consideramos que estamos passando por nossa primeira grande crise de crescimento. O Partido Verde e suas lutas, entretanto, são maiores do que qualquer pessoa. Temos certeza de que ultrapassaremos os problemas atuais e sairemos fortalecidos desse processo".
Não se trata, na verdade, de "uma crise de crescimento" (de novo, a avaliação ufanista), mas de disputa interna figadal: de um lado, os "marineiros" querendo mais espaço na direção do partido, desejando sua reoxigenação e avaços programáticos, e, de outro, a direção dinossáurica, que se recusa a ceder espaço e poder internos. A saída de Marina e seu grupo vai mostrar se realmente "O Partido Verde e suas lutas... são maiores do que qualquer pessoa".
Não se trata, na verdade, de "uma crise de crescimento" (de novo, a avaliação ufanista), mas de disputa interna figadal: de um lado, os "marineiros" querendo mais espaço na direção do partido, desejando sua reoxigenação e avaços programáticos, e, de outro, a direção dinossáurica, que se recusa a ceder espaço e poder internos. A saída de Marina e seu grupo vai mostrar se realmente "O Partido Verde e suas lutas... são maiores do que qualquer pessoa".
Finalmente, a nota do PV, minimizando a saída de Marina, afirma que "lamenta muito essa falsa polêmica artificialmente inflada sobre a falta de democracia interna, que tem gerado distorções injustas na imprensa brasileira. Continuaremos sempre abertos para receber em nossas fileiras pessoas que entendem que a luta pelo coletivo é muito mais relevante do que a luta pelo individual".
Como já é comum nessas situações, a imprensa é a culpada, acusada de praticar "distorções injustas" sobre o fato. Quanto a "receber em nossas fileiras pessoas que entendam que a luta pelo coletivo é muito mais relevante do que a luta pelo individual", faltou completar: "desde que submetam-se às decisões de sua direção nacional".
Eu, heim! Tô fora! E certamente que milhares de outros verdes seguirão os passos de Marina Silva.
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