Após a revelação, por VEJA, da existência de um esquema de corrupção no Ministério dos Transportes, a Controladoria-Geral da União (CGU) passará a investigar todas as licitações, contratos e obras em execução sob o comando da pasta.
A medida foi anunciada, nesta segunda-feira, por orientação da presidente Dilma Rousseff. A apuração envolverá, ainda, órgãos e empresas vinculados ao ministério, como a Valec e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). As auditorias da CGU também incluem as representações regionais dos órgãos. Dependo do caso, a controladoria pode recomendar a apuração de responsabilidades e punição dos envolvidos.
A investigação foi iniciada já nesta segunda, de acordo com a CGU. Em nota, a controladoria explica que fará uma análise aprofundada das obras e licitações que aparecem na reportagem de VEJA desta semana. A revista mostra o funcionamento de um esquema baseado na cobrança de propinas de 4% das empreiteiras e de 5% das empresas de consultoria que elaboram os projetos de obras em rodovias e ferrovias.
Entre 2009 e 2011, a CGU abriu pelo menos dezoito Processos Administrativos Disciplinares (PAD) e sindicâncias, envolvendo pelo menos trinta dirigentes e servidores do Dnit e da Valec. Outros 150 processos foram instaurados pelo próprio Ministério dos Transportes, 66 deles referentes ao Dnit. Todos esses processos também são acompanhados pela controladoria. Em nota, a CGU admite que há um histórico de irregularidades envolvendo o Dnit, mas afirma que há um recente "esforço" da empresa para evitar novos casos. "A CGU pode testemunhar o esforço de melhoria que vem tendo lugar, nos últimos anos, na gestão da autarquia, do que é claro reflexo a redução do número de obras sob responsabilidade do DNIT com paralisação recomendada pelo TCU, a cada ano: de quarenta obras em 2007 para nenhuma obra do Ministério dos Transportes (incluindo o DNIT) este ano".
Planalto - A presidente Dilma Rousseff sinalizou, nesta segunda-feira, que manterá no cargo o ministro dos Transportes, apesar dos casos de corrupção na pasta. Dilma se reuniu pela manhã com o ministro em Brasília e mandou o seguinte recado, por meio de nota oficial: “O governo manifesta confiança no ministro, que será responsável pela apuração das denúncias.”
No sábado, a presidente afastou quatro integrantes da pasta envolvidos em um esquema de pagamento de propina para caciques do Partido da República (PR) em troca de contratos de obras. Manteve, no entanto, Alfredo Nascimento no cargo, ocupado por ele desde 2004. Dilma exigiu que o ministro apurasse os fatos revelados por VEJA.
Para ler mais, http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/
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