segunda-feira, 15 de agosto de 2011

ESCÂNDALO NO TURISMO: PRESO SAI DA PRISÃO COM CHEQUE SEM FUNDO

Um dos presos na Operação Voucher da Polícia Federal (PF) - que, na semana passada, desmontou um esquema de fraudes no Ministério do Turismo - deu um cheque sem fundos para pagar a fiança de 109 mil reais e deixar a cadeia. Agora, Wladimir Furtado, que é pastor evangélico, tenta arrecadar o dinheiro junto a familiares, amigos e fieis da Assembleia de Deus Casa de Oração Betel, em Macapá (AP).

“A gente não tem condições de arcar com um valor desses, que é muito alto. A gente está pedindo um pouquinho para cada um”, explicou a mulher dele, Darley Furtado, ao site de VEJA. Furtado é dono da Cooperativa de Negócios e Consultoria Turística (Conectur), empresa de fachada sediada na periferia de Macapá, que recebeu 2,5 milhões de reais do Ministério do Turismo em um convênio apontado como fraudulento pelo Tribunal de Contas de União (TCU) e pelo Ministério Público Federal (MPF).

O relógio joga contra o pastor-empresário: ele precisará reunir os 109 mil reais (200 salários mínimos) ainda nesta segunda-feira se não quiser voltar à prisão, de onde saiu na madrugada de sábado. Por isso, Furtado fez nesta segunda-feira um apelo por doações em uma emissora de TV do Amapá.

Para entender o caso:

No dia 9 de agosto, a Polícia Federal (PF) desencadeou a Operação Voucher e prendeu 36 pessoas suspeitas de participar de um esquema de corrupção no Ministério do Turismo. Entre os presos estavam o secretário-executivo do ministério, Frederico Silva da Costa, o secretário nacional de Desenvolvimento de Programas de Turismo e ex-deputado Colbert Martins da Silva Filho, o ex-presidente da Embratur, Mário Moysés;

O foco da investigação: um convênio firmado entre o Ministério do Turismo e o Ibrasi, em 21 de dezembro de 2009, para capacitação profissional para fomento do turismo no Amapá. O convênio, no valor de 4,4 milhões de reais, tinha como principal objetivo qualificar 1.900 pessoas em cursos presenciais e à distância;

O Ibrasi contratou cinco empresas de fachada para simular a realização do serviço previsto no convênio. Em vez de realizar cotações prévias, como manda a lei, o instituto as simulou. Escolheu empresas cujos sócios tinham ligação com o Ibrasi;

As empresas contratadas foram: Cooperativa de Negócios e Consultoria Turística (Conectur); Sinc Recursos Humanos e Automação Ltda; Barbalho Reis Comunicação e Consultoria Ltda; Manhattan Propaganda Ltda e Luaxe Produções, Promoção Comercial e Eventos Ltda;

Depoimentos dos investigados, entre eles diretores da Conectur, implicaram a deputada federal Fátima Pelaes (PMDB-AP) no esquema de corrupção. Ela foi autora da emenda que deu origem ao convênio entre o Ministério do Turismo e o Ibrasi;

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