segunda-feira, 15 de agosto de 2011

DEDE: "DISPOSITIVOS MÓVEIS PODEM REVOLUCIONAR A EDUCAÇÃO"

O retorno às aulas em ao menos duas escolas paulistanas é promissor. O motivo: essas instituições passarão a adotar, de forma sistemática e programada, o tablet em sala de aula. Para Christopher Dede, professor e pesquisador da Faculdade de Educação da Universidade Harvard, a ferramenta é promissora. 

"Graças a dispositivos como tablets e smartphones, é possível, pela primeira vez, unir de maneira tão integrada o mundo dentro e fora da escola", diz o especialista. Dede, no entanto, faz ressalvas. "Os educadores pensam em tecnologia como mágica e acreditam que apenas usando o computador ou a internet coisas boas vão acontecer. Na educação as coisas não funcionam dessa forma", salienta. Ao adotar novos aparatos, as escolas devem estar munidas de um projeto pedagógico consistente, ou os aparelhos perdem sentido. Fazer dessas tecnologias ferramentas pedagógicas é, portanto, o grande desafio da escola do século XXI. Confira a seguir os principais trechos da entrevista que Dede concedeu a VEJA.

A tecnologia ainda é um desafio para a educação. Por quê? Os educadores pensam em tecnologia como mágica e acreditam que apenas usando o computador ou a internet coisas boas vão acontecer. 

O fogo é assim: você acende e já desfruta dos benefícios dele. Mas na educação as coisas não funcionam dessa maneira, não é possível obter resultado algum apenas sentando-se ao lado de um laptop ou tablet. A tecnologia precisa ser pensada como um catalisador, uma ferramenta que propicia mudanças. Essas transformações, sim, são poderosas. Ou seja, se um professor usa o tablet para aprofundar currículo, melhorar suas práticas em sala de aula e dar acesso à informação, então podemos dizer que a tecnologia foi usada de maneira efetiva e, de fato, provocou mudanças.

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