Nos últimos dias, enquanto Dilma Rousseff enfrenta problemas em boa parte de seus ministérios e tenta evitar os efeitos da crise econômica no Brasil, uma antiga pedra no sapato da presidente provocou ainda mais calos em seus pés: o Congresso Nacional.
Irritados com a faxina no Ministério dos Transportes, da cota do PR, com a operação Voucher, da Polícia Federal (PF), que fez uma devassa no Ministério do Turismo, comandado pelo PMDB, com a demora para a aprovação de emendas parlamentares e com a falta de diálogo com o Planalto, deputados da base resolveram obstruir as votações no plenário da Câmara até a próxima terça-feira. A insatisfação com o governo uniu os partidos aliados, o que deu esperanças à oposição de que poderá ser possível coletar assinaturas para criar uma CPI que investigue os escândalos de corrupção.
Oficialmente, governistas evitam falar em crise política, mas não negam que a relação do Planalto com a Câmara está em uma má fase. Na quarta-feira, o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), admitiu haver uma "insatisfação generalizada" entre os aliados. Um dia depois voltou atrás. "Nunca um presidente teve uma base tão leal e com unidade como a Dilma", disse. Os peemedebistas não disfarçam. "Não adianta querer tampar o sol com a peneira. É fato que existem insatisfeitos", comenta o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO).
O líder do partido no Senado, Renan Calheiros (AL), é mais direto: "As insatisfações políticas existem, muito pelo desejo frustrado da base de participar do governo. Estamos trabalhando para diluir esses desalinhos pontuais e unificar a base, porque não é possível conciliar uma crise econômica com uma política".
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