Mesmo com a criação do Tapajós, será difícil dizer que deixarei de ser paraense, ou que deixarei de sentir orgulho disso. Meu apego ao Pará e o turbilhão de bons sentimentos que isso gera me levaram a propor, no curso deste debate, a substituição de “Tapajós” por “Pará d’Oeste”. No fundo, certamente, um esforço para continuar a ser paraense, ainda que “d’Oeste”. Mas não vingou.
Serei tapajoara, ou tapajônico, tanto faz, mas paraense de nascimento. Isso ninguém vai tirar de mim, nem mesmo a criação de uma nova fronteira. Mas, afinal, o que representará esta fronteira entre nós? Os navios e aviões continuarão a levar paraenses ao Tapajós e vice-versa – para curtir a praia mais bonita do Brasil, Alter do Chão, em Santarém, ou para o Círio de Nossa Senhora de Nazaré, na Cidade das Mangueiras. O pescado capturado no rio Amazonas, lá no Oeste, continuará a abastecer o mercado de Belém, ao mesmo tempo em que os mercados do Tapajós serão abastecidos por centenas de produtos industrializados do Pará. O Sebastião Tapajós continuará a cantar em Belém, e a Lucinha Bastos e Nilson Chaves serão sempre bem recebidos em Santarém ou Monte Alegre, Altamira ou Itaituba.
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