quarta-feira, 25 de agosto de 2010

PERSEGUIÇÃO IMPEDE JORNALISTA BRASILEIRO DE FALAR DA AMAZÔNIA NO EXTERIOR

No blog do jornalista santareno Manuel Dutra, hoje, com o título acima:

O jornalista e sociólogo Lúcio Flávio Pinto, residente em Belém-PA, deveria estar entre as 100 personalidades da América Latina convidadas a participar da conferência intitulada World Justice Project (WJP) Latin America and Caribbean (LAC) Rule of Law Conference, discorrendo sobre o que anuncia o próprio nome do fórum, o império da lei (nas áreas do jornalismo, do meio ambiente e da desigualdade social. Na Amazônia, é óbvio).

Ironicamente, o império dos que fazem e aplicam as leis não lhe permite mais essa viagem, a Lima, capital do Peru, onde a reunião ocorrerá entre 8 e 10 de setembro.

Trata-se de uma promoção do World Justice Project, entidade que tem uma proposta multidisciplinar, vendo o Direito e as leis como objetos que interessam a todos, e não só aos especialistas do Direito e da Justiça, a partir das comunidades onde o império é o da impunidade.

A mais recente recusa em participar de um evento fora de Belém ocorreu no último fim de semana, quando Lúcio foi representado por seu filho Angelim, que leu a carta do pai no congresso nacional dos blogueiros progressistas em São Paulo.

Leia a seguir entrevista que fiz hoje com Lúcio Flávio:

1. Teu impedimento em ir a esse encontro de Lima resulta dos processos maiorânicos?

Eu podia até ir - e como gostaria de ir! Mas já tive tantas e tão desagradáveis surpresas que não me arrisco mais. Sinto-me impedido de programar a minha vida. Tenho que estar a postos para responder a todas as iniciativas dos meus perseguidores judiciais, à frente os Maiorana. Há sempre uma movimentação processual que precisa ser acompanhada e uma demanda a ser suprida. Já marquei viagens e compromissos que, à última hora, tive que cancelar. Para prejuízo meu e dissabor de terceiros. A contragosto e amargurado, decidi não assumir encargos a tempo mais dilatado. Se der em cima da hora, vou. Tem dado raras vezes. (Explicação para quem é de outras regiões ou do exterior: Maiorana é o nome da família proprietária de um conglomerado de meios de comunicação no Estado do Pará).

2. Como estão esses processos hoje: quantos estão vivos, os que já foram julgados e já são passados...

Já são passados 22. Ainda sobrevivem 11, sete dos quais dos irmãos Maiorana. O problema é que cada processo, como se fosse uma árvore, tem vários desdobramentos, como se fossem galhos, em função de recursos e desdobramentos. É uma frente bem extensa, que consome grande parte do meu tempo.

3. Os Maiorana estão conseguindo te imobilizar (fisicamente, geograficamente) com essa cachoeira de processos?

Estão conseguindo isso desde 2005, quando fui vítima da agressão do Ronaldo Maiorana e eles, surrealisticamente, sapecaram 14 processos em cima de mim. Não é só pelo tempo de ir ao fórum, conversar, pesquisar e ler. É o desgaste físico e emocional que a condição de réu em juízo impõe. Pode ser o mais digno dos réus, mas a condição estigmatiza nos limites forenses. E quando os acusadores são poderosos, então, é um tormento. Em 18 anos a responder a processos, estou próximo à exaustão.

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Para ler toda a entrevista, http://blogmanueldutra.blogspot.com/

Um comentário:

LAURO CERQUEIRA disse...

vEJAM SÓ EM PLENO SECULO 21 AINDA TEMOS QUE OUVIR UMA PESSOA DE BEM FALAR QUE SOFRE PERSEGUIÇÕES PELOS MAIORANAS, ISSO É UMA VERGONHA COMO DIZ O BORIS CASOI, AMIGO MANUEL DUTRA VOCÊ É CONHECIDO DE MUITOS E ESSAS PESSOAS QUE TE CONHECEM SABE DO SEU POTENCIAL, NUNCA PARE DE MARCHAR, VENÇA ESSES ABUSOS DAS "ELITES"