quarta-feira, 11 de maio de 2011

SETRAN ANUNCIA OBRAS EM RODOVIAS DO SUL E SUDESTE. E AS DO OESTE?


As rodovias no Oeste estão abandonadas pelo governo estadual. Por enquanto, apenas promessas. E ainda há quem não entenda os motivos para a criação do novo Estado

O titular da Secretaria de Estado de Transportes do Pará (Setran/PA), Francisco Melo, o Chicão, anunciou, hoje, a realização de obras de conservação da rodovia PA-287, no trecho de acesso à cidade de Cumaru do Norte, com extensão de 76 km a partir da BR-158.

As obras também vão beneficiar a rodovia PA-327, que liga Santa Maria das Barreiras à PA-287, em um trecho de 104 quilômetros. As obras de conservação e retirada de pontos críticos já foram autorizadas por Chicão e serão conduzidas pelo 6º Núcleo Regional da Setran que fica na região de integração do Araguaia.

Notícia boa para os municípios das regiões do Sul e Sudeste do Pará, que se mobilizam em busca da emancipação política e criação do Estado do Carajás, com plebiscito já aprovado pelo Congresso Nacional.

E as rodovias estaduais do Oeste? Até agora, apenas promessa!

No final de março passado, Chicão garantiu à deputada Josefina Carmo (PMDB) que a Setran definiria, na primeira semana de abril, por licitação, a empresa que realizaria as obras de restauração das rodovias do Baixo-Amazonas, da Calha Norte e do Tapajós.

Ontem, em nova reunião com Chicão, este voltou a reafirmar à deputada que as obras vão acontecer, mas não soube informar exatamente quando estas serão iniciadas. 

Enquanto as palavras não saem da promessa, motoristas e produtores rurais sofrem com as péssimas condições das rodovias estaduais do Oeste. Na Calha Norte, prefeitos já estão perdendo as esperanças. Mas, sem poder parar o transporte escolar, a distribuição da merenda, o escoamento da produção e o resgate de pacientes em centenas de comunidades rurais, eles sacrificam as quase sempre falidas finanças municipais e mandam recuperar pelo menos os pontos mais críticos das rodovias estaduais.

E não se pense que essa é uma realidade apenas recente ou atual. Há décadas que aquele povo sofre com o abandono das rodovias pelo governo estadual. Só na Calha Norte, são doze rodovias. E para que não se desconfie da informação, vão aqui os números de cada uma: 423, 254, 419, 432, 421, 425, 255, 427, 429, 437, 439 e 441, todas precedidas da bandeira PA.

E não se pense que esse abandono do governo e a revolta da população se dão apenas com as rodovias estaduais. O mesmo acontece com o Ensino Médio, de responsabilidade direta do governo estadual, e com a saúde pública, só para citar essas áreas.

E depois os paraenses da região metropolitana de Belém afirmam e reafirmam não entender por que o Oeste quer a emancipação política e criar um novo Estado. E insistem naquele discurso fajuto e vazio do "Pará forte e unido, rumo ao desenvolvimento".

Qual força? De Belém e arredores? Que união? Esta que só beneficia Belém e região? Qual desenvolvimento? Esta que concentra a riqueza e os benefícios desta na região metropolitana de Belém?

Os paraenses, especialmente os de Belém e arredores, precisam saber que os 12 mil moradores de Curuá, por exemplo, município localizado na margem esquerda do rio Amazonas, entre Alenquer e Óbidos, não tem escola estadual nem delegacia de polícia, Fórum ou Defensoria ou Promotoria de Justiça, nem Cosanpa, nem Detran, nem banco algum, nem nada. A presença do governo do Estado se resume a cinco policiais militares, às vezes oito, que ainda cobram para dar segurança a uma festa comunitária, por exemplo ... Precisam saber que não há sequer um palmo de asfalto em nenhuma das doze rodovias estaduais na Calha Norte, formada por nove municípios e uma população de 312 mil habitantes.

Aqui em Belém, os cidadãos reclamam, e reclamam com razão, que os serviços prestados pelos órgãos do Estado são de qualidade sofrível. Na maioria dos municípios do Oeste, sequer há órgãos estaduais, como em Curuá, muito menos os serviços aqui em Belém qualificados como péssimos.

A divisão territorial do Pará, por conta de seu tamanho enorme, é uma solução de governabilidade. A criação de um novo estado no Oeste é uma estratégia de desenvolvimento regional.

O Pará nada vai perder! O Oeste só vai ganhar! 

Que venha o Pará d'Oeste!!

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