Em tempos de intensa discussão sobre aquecimento global, conhecer a fundo o ciclo do carbono é estratégico. Quando se trata da Amazônia, então, o assunto ganha ainda mais destaque. A floresta funciona como um grande absorvedouro de CO2, no entanto, conhece-se pouco sobre como a maior bacia hidrográfica do mundo interfere nesse ciclo.
Para investigar a questão, desde janeiro de 2006, o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) desenvolve estudos sobre os mecanismos que revelam os motivos que levam os rios da região a apresentarem um nível muito alto de CO2 e como isso impacta o ciclo do gás carbônico.
O principal achado da pesquisa é a supersaturação das águas dos rios amazônicos com carbono. Coordenada por José Francisco Berredo e Maria Emília Sales, da Coordenação de Ciência da Terra e Ecologia do Museu. A pesquisa do Goeldi integra uma série de estudos desenvolvidos dentro da Rede Beija-Rio, uma rede de monitoramento contínuo dos rios da Amazônia.
No Brasil, pesquisas dessa natureza são ainda recentes, o que destaca o pioneirismo dos pesquisadores. “Outros países trabalham bastante e há muito tempo nesses estudos sobre carbono, inclusive sobre CO2 aprisionado em gelo, mas no nosso país é algo ainda novo”, explica Berredo.
“Não temos uma série acumulada de estudos”, completa o pesquisador revelando a necessidade de compromisso: “Temos que conhecer esses mecanismos naturais para depois, se quisermos, tentar identificar modificações antrópicas [provocadas pela ação humana]”.
O foco no gás metano se justifica porque, desde as primeiras amostras, os pesquisadores se depararam com uma situação inesperada: a alta concentração de metano na água, superior, inclusive, à encontrada na atmosfera.
Fonte: www.diariodopara.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário