quarta-feira, 18 de maio de 2011

NOVOS ESTADOS: O PARÁ JÁ ESTÁ DIVIDIDO, E POR DENTRO, INFELIZMENTE!

Artigo do jornalista e professor universitário Manuel Dutra, hoje, em seu blog, com o título acima:

Se tomarmos o fato de que os embates por uma divisão territorial, política e administrativa, ou seja, o processo de luta por autonomia política, começa muito antes da separação física, de fato, não há nenhum exagero em afirmar que as regiões Sul/Sudeste e Oeste paraenses, isto é, o Tapajós e o Carajás, já se acham relativamente separados da união composta pelo Estado do Pará.

Em fevereiro estive em Marabá, Tucuruí, Breu Branco e Jacundá e, nesses municípios do pretendido Estado do Carajás, já existe um fumo relativamente forte, se não como movimento organizado em prol da separação, mas de indiferença em relação ao grande Estado. Daquela região as pessoas ligam-se, cultural e afetivamente, mais ao Maranhão, Goiás, Mato Grosso, Piauí e Minas.

As cidades mais procuradas, por exemplo, para tratamento médico especializado, são Arguaína, Palmas, Goiânia, e cidades maranhenses e piauienses. Para Belém, em comparação, as viagens são raras, tal como se vê nas placas e horários de saídas de ônibus nas duas estações rodoviárias de Marabá.

Nesta cidade, eu ouvi a expressão "vocês, do Pará", indicativo de um estado de ânimo ainda difuso e que, se trabalhado com competência por lideranças sociais e políticas, pode incendiar os ânimos e catalisar o ímpeto separatista.

No Oeste, onde estive em Santarém semana passada, realizou-se um grande encontro de lideranças políticas, empresariais e de movimentos sociais (novidade: os movimentos sociais e ONGs estão entrando na luta). Havia políticos de diversos municípios da região, representantes do Sul/Sudeste do Pará e de Manaus. Esta cidade amazonense tem particular interesse na criação do Tapajós.

Os empresários e os políticos de lá imaginam que, com a autonomia, a BR-163 seria logo viabilizada economicamente, com asfalto em todo o percurso, dando vazão às exportações da Zona Franca de Manaus com mais rapidez em direção ao centro/sul do País. E a preços incomparavelmente mais competitivos do que descer o rio Amazonas até Belém e tomar e Belém-Brasília.

Mas não é disto que falo. Penso mais naquela expressão "vocês, lá do Pará" e de outra, que ouvi em Santarém, de um engenheiro agrônomo: "Eu e muita gente aqui queremos mostrar aos nossos irmãos de Belém, e de outras regiões, que nós não somos paraenses".

Para ler o texto de Dutra na íntegra, acesse http://blogmanueldutra.blogspot.com/2011/05/

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