domingo, 29 de maio de 2011

15 MIL CIDADÃOS GRITARAM CONTRA A CORRUPÇÃO

 


Foi a maior manifestação política dos últimos anos, um clamor da sociedade contra a corrupção dos políticos e governantes

Estive lá, caminhei, vi, ouvi, senti, fotografei, me emocionei.

Participei, na manhã de ontem, da maior manifestação política dos últimos anos, em Belém. Não lembro de outra assim desde o início do novo milênio. Com exceção do anual Círio de Nazaré, que reúne cerca de 2 milhões, faz muito tempo que não se via tanta gente na rua por razões políticas. Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/PA), 15 mil pessoas participaram da Caminha contra a Corrupção, pela Paz e pela Vida, por ela organizada.

A caminhada teve início em frente à sede da OAB/PA, na Praça da Trindade, no centro de Belém, e terminou em frente ao prédio da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), no bairro da Cidade Velha. Os manifestantes passaram pela Travessa Padre Eutíquio, Praça da Bandeira, Rua Gama Abreu e praças Felipe Patroni e Dom Pedro II.

Do ponto de vista prático, e muito além dos discursos de momento - alguns vazios, outros demagógicos - a Ordem coletou oito mil assinaturas somente no percurso da caminhada. No seu cabeçalho, o pedido de prisão e sequestro de bens de todos os principais envolvidos no esquema de fraudes na Alepa. A entidade vai continuar a coletar assinaturas até o dia 10 de junho, quanto vai entregar o documento ao Ministério Público do Estado, responsável pelas investigações na Alepa.

Entre os oradores, dirigentes sindicais, o bispo dom Luís Azcona, dirigentes de outras seccionais da Ordem, o presidente nacional da OAB, Ophyr Cavalcante, e o presidente da OAB/PA, Jarbas Vasconcelos.

"Este é um ato cívico de cidadania em que o povo do Pará diz basta à corrupção. Para ser respeitada, é necessário que a sociedade continue a gritar para que aqueles que estão no poder não esqueçam que o proprietário do cargo público é o povo", disse Jarbas Vasconcelos.

Milhares de balões com pedidos de "Ética", "Paz" e "Respeito" foram amarrados nas grades de ferro em frente ao prédio da Alepa. Se resistirem ao tempo, e se não forem arrancados, farão a recepção aos servidores da Casa e aos deputados, amanhã.

"Caroneiros" - Como já comum em eventos políticos de protesto, vários partidos políticos e outros movimentos sociais pegaram carona no evento organizado pela OAB/PA. Portando bandeiras, faixas, cartazes, milhares de militantes políticos também deixara suas mensagens.

E havia de tudo: panfletos contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte, contra as fraudes na Alepa, boletins de prestação de conta de mandatos legislativos, mensagens de centrais sindicais, contra os assassinatos de líderes rurais e ambientalistas.

Houve até trio-elétrico com mensagens distoantes. O PSTU, por exemplo, clamou por investigação geral dos políticos e governantes, como o governo de Ana Júlia. Outros pediram a renúncia coletiva dos deputados estaduais. O PSol montou claque própria, com discurso centrado na instalação de CPI para apurar as irregularidades na Alepa.

Sem força política própria para realizar seus eventos de massa, os "caroneiros" pegaram o bonde da OAB/PA para levar suas mensagens. Fizeram barulho e ajudaram a dar eco ao evento organizado pela Ordem.

Coisas da democracia!





Protestos e pedidos dos mais deversos tomaram as ruas, clamores dirigidos diretamente aos políticos e governantes. A sociedade paraense gritou um sonoro BASTA à corrupção

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