sexta-feira, 27 de maio de 2011

FAMÍLIA HAGE DOMINAVA LICITAÇÕES NA ALEPA

Em quase dois meses de investigações, o Ministério Público Estadual (MPE) vem encaixando as peças do quebra-cabeça e já conseguiu elaborar parte do organograma das fraudes na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa). Um dos esquemas em vigor entre 2005 e 2006, durante a gestão Mário Couto (PSDB), atual senador, envolveu toda a família da então membro da comissão de licitação da Assembleia Legislativa, Daura Hage, que o MPE aponta ter se beneficiado, junto a familiares envolvidos no esquema, com de cerca de R$ 8 milhões dos recursos da Alepa. 

Segundo as investigações, a família Hage se locupletou do dinheiro público, através de licitações fraudulentas com cartas marcadas para contratar cinco empresas, cujos titulares eram o então marido de Daura Hage, José Carlos Rodrigues, o cunhado dela, Josimar Pereira Gomes, Williame Tiago Hage Gomes e Willy Tatiane Hage Gomes, filhos de Josimar e sobrinhos de Daura Hage.

As empresas J. C. Rodrigues de Souza, Real Metais Serviços Técnicos Ltda, Tópicos Comércio de Gêneros Alimentícios Ltda, JW Comércio de Material de Construção e Serviços Ltda. e JTW Gomes Comercial e Serviços, usufruíram do dinheiro da Alepa por intermédio de Daura Hage, que comandou todo o esquema, de acordo com os promotores que investigam o caso, Milton Menezes e Arnaldo Azevedo.

Anteontem à tarde e ontem pela manhã, o MPE fez nova ação de busca e apreensão de documentos e equipamentos para desvendar as fraudes da Alepa. Desta vez, foram recolhidas provas nas casas de José Carlos Rodrigues, em Mosqueiro, onde ele reside desde que se separou de Daura Hage, e de Josimar Gomes, casado com Sada Hage, irmã de Daura. A casa, localizada no conjunto Médici I, no bairro da Marambaia, deveria ser a sede das empresas Real Metais, cujos proprietários são o ex-marido de Daura, José Carlos, e Josimar Gomes, e JW Comércio e Serviços Ltda, de sociedade de Josimar com a filha Willy Tatiane, sobrinha de Daura. Mas o local é apenas a residência do casal, onde os promotores recolheram cheques, documentos da Alepa, equipamentos e computadores.

Também consta na documentação das empresas que o local seria sede da empresa JTW Gomes, propriedade de Williame Thiago Hage Gomes, filho de Josimar, sobrinho de Daura.

A empresa Tópicos Comércio de Gêneros Alimentícios seria de propriedade de José Carlos e Josimar Gomes, mas em 2008 alterou o contrato: saiu José Carlos e ingressou como sócio-proprietário Anailson Barbosa, irmão de Adailson Barbosa, considerado amigo pessoal e braço direito de Daura Hage.

Na casa de José Carlos, em Mosqueiro, os promotores encontraram documentos da Croc Tapioca, outra empresa formada para fornecer tapioca à Alepa, mas que ainda não foram analisados.

Segundo os promotores, todas as cinco empresas pertenciam à família de Daura Hage, o que configuraria impedimento legal, já que, como membro da comissão de licitação, ela não poderia ter familiares participando de concorrência pública na Alepa.

Fonte: www.diariodopar.com.br 

PS: Daura Hage é prima do deputado estadual Júnior Hage (PR), atual titular da Secretaria de Estado de Trabalho, Emprego e Renda (Seter), por sua vez filho de Rosa Hage, conselheira do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), onde foi presidente. Rosa também foi deputada estadual e esposa de José Alfredo Hage, ex-prefeito de Almeirim e ex-deputado estadual. Daura também é prima de Gandor Hage, irmão de Júnior Hage e ex-prefeito de Prainha e Almeirim.

4 comentários:

Anônimo disse...

Engraçado, as investigações de uns tempos pra cá só pairam em cima do nome da Daura Hage, porém, parece que caiu no esquecimento os que realmente lucraram com esse esquema fraudulento, tais como Juvenil, Mario Couto, Zenaldo Coutinho.. Não isento ninguém de culpa, apenas sinto uma imensa frustração que como sempre no Brasil sempre escolhem um bobo da corte para o sacrificio... e deixam sempre os mandantes continuarem seus esquemas de ladroagem.

Anônimo disse...

Parece (quero acreditar) que essa investigação vai dar samba e vai pegar gente graúda. Ontem, achei muito desesperado o discurso do Mário Couto no Senado. Chegou a falar inclusive que "querem tirar ele de lá" (talvez ele já esteja consciente que as investigações vão pegá-lo). Ele aproveitou para chantagear membros do Judiciário e afirmou que muitos parentes de pessoas de lá são fantasmas na Assembléia. Disse que na próxima semana vai ler uma denúncia que chegou em seu gabinete (achei que foi uma ameaça). A imprensa não deu nada sobre esse discurso dele.p

Anônimo disse...

tem que investigar todos os deputados, pois cada um subtrai do seu jeito para enriquecer ilicitamenete, ou bancar futuras campanhas eleitorais em suas bases eleitoras. SO DEUS!!!!!!

Anônimo disse...

Depois de tantas falcatruas e corrupção comprovadamente, com tantos processos eleitorais rolando nas justiças, como juca a situação da familia Hage, após a efetivação da Lei da Ficha Limpa, será que eles ainda vão conseguir uma brecha para se condidatarem nas proximas eleições, se isso vier a acontecer é o cumulo do derespeito com a população e com o dinheiro público.Eles se acham podos poderosos, por sinal já até criaram uma frase (nós temos o remédio que a justiça precisa). Quer dizer eles podem oferecer propina e sair de boa.Até pela influencia da Rosa Hage, maquiavelica profissional nos quesitos bandalheira, sabe tudo como sabe. Ela quando usou o poder (conselheira do TCM) para beneficiar o filho Junior Hage a se elejer Deputado Estadual por duas vezes com trabalho dos prefeitos e ex prefeitos com a promessa de conseguir aprovar as contas, que não foram aprovadas e outras situações.