O casamento de conveniência entre os maiores partidos governistas, concebido e consumado por Lula para eleger a sucessora que inventou, foi um bom negócio para Dilma Rousseff, um negócio da China para o PMDB e um péssimo negócio para o PT. A candidata ganhou um viveiro de palanques estaduais e mais quatro minutos no horário eleitoral gratuito. O PMDB ganhou o direito de indicar o candidato a vice-presidente, mais fatias do possível bolo ministerial e o status de parceiro preferencial ─ privilégio que lhe garantiu o apoio de Lula em todas as pendências envolvendo o parceiro. O PT não ganhou nada. Só perdeu.
Oito anos depois de ter chegado ao coração do poder com Lula, o partido ficou bem menor que o candidato vitorioso. Em 2002, para levar seu fundador à Presidência da República, o PT lançou 24 candidatos a governador. Desta vez, para instalar no Planalto uma candidata nascida e criada no PDT brizolista, teve de conformar-se com apenas 10 candidaturas próprias. Porque Lula assim resolveu, perdeu peso para que o parceiro engordasse.
O arrendamento do PT maranhense à família Sarney, que estendeu à sigla companheira o domínio exercido pelos donatários da capitania sobre o PMDB, foi tão repulsivo quanto previsível: só poderia dar nisso a sequência de capitulações desonrosas impostas pelo chefe supremo.
Para ler mais, http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/
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