Magestosas, milhares de garças brancas insistem em manter uma pequena mata urbana, em Monte Alegre, como ninhal, apesar da ação danosa do homem
Fim de tarde, em Monte Alegre, no Oeste do Pará, e elas começam a chegar em bandos. De início, pequenos; depois, enormes. São as belas e imponentes garças. Mas, antes de se agasalhar em seu poleiro, elas iniciam um ritual de beleza rara: formando um só e grande grupo, fazem evoluções sobre a ponta de mata que restou na Serra Ocidental, o primeiro dos bairros da parte alta da cidade.
No auge do inverno, com a inundação da enorme vastidão de terras de várzea, elas aumentam de número, justamente no período de procriação, que coincide com a época de reprodução de várias espécies de peixe.
Mas já foram mais abundantes, em passado recente, quando a mata urbana que adotaram como ninhal ainda estava melhor preservada. Mesmo em número mais reduzido, os voos evolutivos das garças de Monte Alegre ainda atraem e encantam, mesmo os da terra, e muito especialmente aqueles que os viam em passado recente, hoje a lamentar o quanto a ação nociva do homem faz mal à natureza.
Elas insistem em requerer aquele pedaço de mata como poleiro. E resistem! Mas, até quando?
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