Em Monte Alegre, na noite de ontem, durante o desfile oficial do 7 de Setembro, uma cena que era comum no período da Ditadura Militar, mas plenamente inaceitável e radicalmente repudiável nestes tempos de democracia.
No final do desfile dos alunos da Escola de Educação Tecnológica do Pará (Eetepa), alunos e professores exibiam duas faixas com mensagens de protesto contra a decisão da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) de não dar posse a diretores da escola eleitos pelo voto democrático de alunos, professores e demais funcionários, em 14 de junho passado. Eles exigiam respeito à decisão democrática e a posse imediata dos eleitos.
Foi quando a atual diretora da Eetepa, Nalva Pimentel, repudiada na referida eleição, partiu pra cima dos manifestantes. Tentou arrancar as faixas destes, mas não conseguiu. Então chamou três policiais militares que estavam próximos e os empurrou para que tomassem as faixas das mãos dos alunos e professores.
Foi quando populares presentes, alertados para o incidente, começaram a protestar, repudiando a repressão comandada pela diretora da Eetepa e pelos PM's. Os gritos aumentaram a ponto de intimidar a ação dos policiais, que recuaram.
Uma cena lamentável, absurda, inaceitável, especialmente porque foi uma espécie de repressão em causa própria. Nalva foi nomeada diretora da escola por indicação do próprio PT local, foi derrotada na eleição e recorreu à polícia para calar quem pedia sua exoneração e posse dos eleitos.
O mesmo PT que criou o esquema do escândalo mensalão/valerioduto, que pariu aloprados criadores de dossiês, que violou a conta bancária do caseiro Francenildo, que quebrou o sigilo fiscal de dirigentes do PSDB, é o mesmo que agora, em Monte Alegre, tenta reprimir, com apoio de policiais militares, manifestação democrática e legítima de professores e alunos de escola pública que pediam respeito à democracia e a posse de diretores eleitos livremente pela comunidade, uma bandeira criada pelo próprio PT.
Liberdade de pensamento e expressão, democracia direta, cidadania, transparência, democracia... Conceitos de valor democrático universal, mas que não passam de falácias nos discursos hipócritas e enganosos dessa turba que tomou o poder não para fortalecer a própria democracia e defender as liberdades, mas para assaltar os cofres públicos e apropriar-se do próprio Estado em favor de seus interesses.
Reclamar a quem? Só os próprios cidadãos podem impedir isso, no dia 3 de outubro.
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