segunda-feira, 6 de setembro de 2010

CELSO ARNALDO E O APAGÃO METAL DE DILMA: 'EU TÔ CRUZANO BAXA RENDA COM CONSUMIDOR"

Na coluna do jornalista Augusto Nunes, no portal Veja.com, hoje, com o título acima:

Marilena Chauí descobriu que, “quando Lula fala, o universo de enche de luz e tudo se esclarece”. Celso Arnaldo prova em mais um texto arrasador que, quando Dilma Rousseff resolve acender a luz, os brasileiros são tungados no escuro. Confira:

Dilma Luz para Todos é seu nome. Uma das coisas que admiro nela é sua capacidade de esclarecimento pleno de todas as dúvidas — e são incontáveis –- que pairam sobre sua candidatura e seu provável futuro governo.

Sempre que surge uma controvérsia, uma polêmica, uma declaração desastrada, um fantasma do passado, Dilma vem para explicar e a tudo alumiar. A verdade límpida instantaneamente se acende aos olhos de todos – da massa ignara aos leitores de José Sarney.

A manchete da Folha de ontem era forte: “CONSUMIDOR DE LUZ PAGOU 1 BI POR FALHA DE DILMA”.

Grave, gravíssimo, prejuízo enorme justamente para o povão que vai sagrá-la presidente. Resumindo: a tarifa social de luz, criada em 2002 ainda no governo FHC, isentando consumidores de baixa renda, não foi implementada em 2003 pela então ministra das Minas e Energia Dilma Rousseff – que, alertada várias vezes pelo TCU, fez-se de surda. Só em 2006 a lei saiu do papel, e em termos. No período que lhe cabe nesse atraso, 1 bilhão de reais foram tungados da patuleia, como diria Elio Gaspari.

Se há algum assunto que Dilma domina -– se há, repita-se -– esse é energia. Por isso, a manchete é caluniosa, claro. É hora de entrar em cena a Luz para Todos. Microfones a postos, ela se apresenta, mais maquiada do que de costume, talvez para disfarçar o abatimento pela grave pecha de prevaricação. Mas a fala, como sempre, é cara lavada – sem um pingo de retoque:

“Eu queria hoje fazê uma avali…uma observação sobre uma matéria que me surpreendeu sobre a questão da baixa renda na área de energia elétrica”.

Nada como conhecer um tema a fundo: na abertura, Dilma já vai à raiz da questão – o problema não envolve a energia elétrica na baixa renda, mas a baixa renda na energia elétrica. A energia elétrica está ganhando pouco – daí os apagões, uma espécie de operação-tartaruga.

“Primeiro cabe esclarecê em relação à matéria que em 2002 foi feito uma lei chamada 10438”.

Se a lei foi feito, foi malfeito. Deveria ter sido feita. Mas o que mais chama a atenção é o “nome” da lei – um número. Eu não disse que Dilma é Luz?

Para ler mais, http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/

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