Há tempos que rompi com a concepção romântica e idealista de que é possível ao homem agir de forma desinteressada, seja na igreja, na escola, no trabalho ou na política. O homem é movido por interesses, em quaisquer dos âmbitos da vida, mas estes, para que sejam reconhecidos como atos de civilidade, precisam estar dentro dos parâmetros da ética. Para alguns, no entanto, este detalhe importantíssimo da vida em sociedade não passa de chantili a confeitar o bolo dos discursos demagógicos.
Nesse grande jogo de interesses que nos envolve, o que distingue os cidadãos nobres e altruístas dos signatários da malandragem em causa própria – geralmente associados a seus bolso e conta corrente – é uma linha nada tênue e muito bem visível aos olhos dos nada incautos.
Na luta pela divisão do Pará e a criação dos Estados do Tapajós e Carajás isso não é diferente. No caso da maioria dos parlamentares envolvidos na campanha, cada um se posicionou em defesa dos seus interesses eleitorais ou dos interesses de cada região em disputa. Ou dos dois. Estranho, por exemplo, seria ver a deputada Josefina Carmo (PMDB), que tem base eleitoral e trabalho político no Oeste, posicionar-se contra a criação do Estado do Tapajós.
Revoltante, mas compreensível, é a posição, por exemplo, do deputado federal Zenaldo Coutinho (PSDB), o cacique-mor da campanha contra a divisão do Pará. Ele obteve, nas eleições de 2010, exatos 7.484 votos na região Oeste do Estado (TSE/Eleições 2010), formada pelos 27 municípios que pretendem se emancipar para a criação do Estado do Tapajós. Ou 5% do total dos votos que ele obteve naquelas eleições.
A posição visceral e odiosamente contrária de Zenaldo Coutinho à criação do Tapajós faz sentido: vários municípios do Oeste ainda representam para ele e outros tantos verdadeiros currais eleitorais, importantes unicamente para completar a votação necessária à sua eleição.
Exemplo disso é o município de Almeirim, com população de 33,3 mil habitantes e localizado na margem esquerda do rio Amazonas. De lá, onde foi o mais votado, Zenaldo saiu com 2.094, por conta das profícuas relações políticas que mantém com a família Hage, uma das mais bem sucedidas oligarquias do Oeste. Não há, naquele município, registro de algum investimento importante que Zenaldo tenha levado àquele povo. A preocupação de Zenaldo com Almeirim ou quaisquer dos municípios do Oeste é do exato tamanho do pringuilin, um microrganismo que vive no saco escrotal do mucuim. Como ele, há uma meia dúzia de outros políticos que os incautos eleitores do Oeste ajudam a eleger, para agora receber uma banana como troco.
Zenaldo Coutinho defende, mesmo, são os seus interesses eleitorais na Capital, onde angariou 47,2 mil votos, na região metropolitana e outros municípios que deverão integrar o Novo Pará (em Paragominas, foram 22 mil votos e, em Abaetetuba, 3,8 mil).
O Oeste do Pará e os 7.484 votos que lá arrebanhou serviram apenas para completar os votos necessários para garantir sua terceira reeleição. Apenas e tão somente isso. Hoje, Zenaldo retribui aos eleitores que nele votaram com um sonoro NÃO à criação do Tapajós. E ele é apenas um no meio de tantos.
2 comentários:
MANOBRAS DO GOVERNADOR SIMÂO JATENE CONTRA O ESTADO TAPAJÓS E O NOVO PARÁ.
O governador Jatene, mesmo tentando passar a imagem de que é favorável a realização do plebiscito no dia 11 de Dezembro, para consulta sobre a criação do Tapajós e Carajás. Já deixou claro que é contra a divisão e criação de novos Estados.
Para isso, tem realizado várias manobras para desestabilizar a campanha do SIM ao Tapajós, vejas as ações:
1º - Tirou o mandato do deputado federal Dudimar Paxiuba - PSDB, que era favorável ao Tapajós, mesmo sabendo que ele era suplente do Zenaldo Coutinho, líder do movimento do contra, com a promessa que retornaria ele no congresso, colocando o André Dias como secretário do seu governo, ou indicando ele para o TCE, como o TCE é mais demorado, é possível que até o dia do plebiscito, Dudimar continue afastado do cargo. Prova disto, foi a desistência do mesmo, que era pré-candidato a prefeitura de Itaituba.
2º - Janete de quebra, calou o vice-govenador, Helenilson Podente, de Santarém, primeiro, com um falso discurso, que os dois juraram defender a integridade do Pará, coisa que não está no discurso de pose do governador, pura mentira, e colocou Helenilson como Secretário maior no lugar de Zenaldo Coutinho, abafando deves, a maior voz, do Oeste do Pará,. que poderia fazer diferença na campanha do Tapajós em Belém.
3º - Jatene, fez várias promessa de liberações de recurso para vários convénios com os municípios da Região Oeste do Pará, principalmente os que comporem o novo Estado do Tapajós, calando assim, os prefeitos e vereadores, dos presentes municípios. Nunca se viu o governo do Estado, presente nessa região, com viaturas alugadas, coisas que ele em campanha, criticou a ex-gvoernadora Ana Júlia, e prometeu que compraria todas novas, agora, sem perder tempo, alugou várias veículos enviou para essa região, para fingir que a segurança está em bons rumos.
4º - Todos os filiados do PSDB, que residem, nas cidades do futuro Estado, receberam ordem imediatas de ficarem neutros, sem movimentação nenhuma, principalmente os pré-candidatos a prefeito pelo PSDB, amarrados, em um aconchavo, isso vale para os partidos da base aliado do governo, quem quiser o apoio do Estado nas eleições de 2012, deve fazer corpo mole, e deixar a campanha pelo Tapajós ficar fraca.
5º - Na região metropolitana e região nordeste do Estado, são poucos cidades, que tem campanha a favor do Tapajós, mais do contra, mesmo, poucos políticos fazendo campanha para o não. Mesmo com os números favoráveis para o não, Jatene tem usado de várias manobras contra a Criação do Tapajós, sabendo que em matéria de política, quem faz é o agente político, sem eles, o povo, não agem, infelizmente, são orientados e guiados ao beou prazer dos políticos, isso não é de hoje, e da história política do Brasil.
Os tapajoaras repudiam essas manobras, e principalmente aos políticos que em nome de seus interesses pessoais, tem se calado, diante de mais de 150 anos de lutas, pela a Criação do Tapajós, ficando neutros, sabendo que ao passar, o plebiscito, dependendo do resultado, corremos o risco, de tão cedo, não termos mais uma oportunidade como essa, para demonstrar ao Pará e ao Brasil, o que realmente queremos. Mais muitos vão se lembrados no futuro presente, pelo desempenho nessa campanha do Tapajós, os que participaram ativamente e os que não fizeram nada. E uma escolha que vai refletir no futuro político de muita gente.
SIM AO NOVO PARÁ
SIM AO DESENVOLVIMENTO
A EMANCIPAÇÃO DO ESTADO DO TAPAJÓS E CARAJÁS SERÁ O MAIOR INVESTIMENTO NA AMAZÔNIA.
No dia 11 de dezembro o Brasil verá, pela primeira vez, o povo se manifestando num plebiscito sobre a reorganização territorial e criação de novos Estados. Todos os demais Estados criados após a Independência foram resultado de decisões autoritárias. O Tocantins seria a exceção, mas neste caso quem se manifestou foi o Congresso constituinte e não o povo.
Mato Grosso foi dividido por uma canetada do general-presidente Figueiredo. Amapá, Acre, Rondônia e Roraima foram decisões do ditador Getúlio Vargas que os fez Territórios Federais depois transformados em Estados pelos constituintes de 1988. Muito antes, dom Pedro II criou Paraná e Amazonas. A própria capital federal, Brasília, cujo território foi retirado de Goiás, foi decisão solitária de Juscelino Kubistchek, projeto que enterrou o país na onda inflacionária que até hoje nos atemoriza.
O plebiscito pelo Tapajós e Carajás é, portanto, uma experiência sócio-política inédita e por isso o Brasil deveria prestar mais atenção, ao invés de as elites nacionais, especialmente a "grande" imprensa, ficarem desdenhando e externando o seu conhecido preconceito a respeito de tudo que se faz e tenta fazer na Amazônia. Seu preconceito só não se manifesta em relação ao saque dos recursos naturais daqui para lá.
Os que se opõem usam os mesmos surrados argumentos do passado, de que uma nova unidade autônoma sairia muito caro. Caro ao país é o projetado "trem-bala" Rio-S.Paulo, bilhões que poderiam ser empregados na construção de rodovias e ferrovias decentes por todo o país.
Caro aos milhões de amazônidas são os mega-projetos de gigantescas hidrelétricas e de mineração que carregam as riquezas da região para fora, muito pouco ou nada deixando aos brasileiros da Amazônia, tão brasileiros quanto os demais. Caro, caríssimo ao Brasil é a percepção de governos tanto ditatoriais como democráticos que continuam a encarar a região como colônia do Brasil e do grande capital, nacional e estrangeiro.
Bilhões estão sendo gastos para despoluir o rio Tietê, em São Paulo, bilhões estão sendo gastos para o Rodoanel, em São Paulo, bilhões serão gastos para o trem bala em São Paulo, bilhões estão sendo gastos em reforma de aeroporto em São Paulo, e o povo do Pará pensam que estão pendindo demais ao governo federal duas novas capitais, Santarém e Marabá.
São Paulo tem 70 deputados federais , o Estado do Tapajós terá 8 e Carajás 8.
Estão reclamando do que ?
Como o Pará pensa pequeno !
São Paulo não é grande, mas é maior que o Pará.
SIM AO NOVO PARÁ.
SIM AO DESENVOLVIMENTO
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