domingo, 13 de fevereiro de 2011

MONTE ALEGRE RECUPERA RODOVIA ESTADUAL

Empresários ajudaram a prefeitura a recuperar rodovia estadual, que estava interditada e deixou o município isolado. A Setran é a responsável direta pela estrada

Fracassou a primeira tentativa de parceria entre a prefeitura de Monte Alegre e o governo estadual para recuperar uma rodovia estadual, no caso a PA-255, que liga o porto de Santana do Tapará, no município de Santarém, à cidade de Monte Alegre e, através dela, às demais rodovias e municípios da subrregião da Calha Norte.

Maltratada pelas fortes chuvas que caem sobre a região, as rodovias estaduais estão em péssimas condições de trafegabilidade. A PA-255 foi a mais efetada e acabou interditada em um trecho próxima à ponte sobre o rio Maicuru (ou Cauçú). Monte Alegre ficou isolado por via rodoviária.

Foi quando Jardel Vasconcelos, depois de conferir in loco os estragos causados pelas chuvas à rodovia, propôs à Setran, por intermédio da deputada Josefina Carmo (PMDB), parceria para resolver o problema, ou ao menos minimizá-lo. 

O prefeito propôs à Setran o deslocamento de três caçambas do órgão, baseadas na cidade de Alenquer, para serem usadas na recuperação dos pontos mais afetados pelas chuvas. Monte Alegre daria o combustível necessário à realização do serviço e motoristas para as caçambas, além de tratores e outras máquinas necessárias. O titular da Setran, deputado Francisco das Chagas Melo Filho, o “Chicão”, aceitou a proposta do prefeito de Monte Alegre e autorizou o deslocamento das caçambas. Mas, uma semana depois do acordo, os veículos ainda não haviam saído de Alenquer.

Segundo a deputada Josefina Carmo, Jardel tomou a iniciativa pelo fato de a PA-255 ser a única e mais rápida via de acesso rodoviário para a cidade de Santarém. “Já que o aeroporto da cidade está interditado, aquela rodovia é indispensável para os casos de resgate de pacientes em situação grave de doença ou vítimas de acidente”, disse ela.

Ainda no dia 3 de fevereiro, após fechar o acordo com a Setran, o prefeito Jardel enviou a Alenquer 150 litros de óleo diesel e os três motoristas para conduzir as caçambas. Um engenheiro da Setran baseado em Monte Alegre foi encarregado pela direção do órgão para conduzir a operação.

“Mas, chegando a Alenquer, não conseguimos retirar as caçambas, pois fomos impedidos por um grupo de pessoas ligadas à prefeitura de lá”, relatou Edson Haroldo, um dos motoristas enviado pela prefeitura de Monte Alegre. “Falavam e agiram como se as caçambas fossem do município, e ainda fomos ameaçados de morte”, denunciou. Alenquer abriga o 10º Núcleo Regional da Setran, onde estão baseados tratores, caçambas e outros equipamentos do órgão para atender às necessidades da região.

Providências – Sem poder contar com apoio da Setran, o prefeito recorreu a empresários de Monte Alegre na busca de apoio para realizar os serviços emergenciais na rodovia PA-255. “Estamos trabalhando por conta própria, na base da solidariedade, assumindo responsabilidades por uma rodovia que não é nossa”, afirmou Jardel.

Quanto à ação que impediu a cessão das caçambas para a recuperação da rodovia, o prefeito de Monte Alegre não pretende ficar apenas na lamentação: ele acionou a Consultoria Jurídica do município para solicitar providências do Ministério Público, ou mesmo propor ação judicial para apurar responsabilidades.

“Lamento, de verdade. Afinal são equipamentos públicos, do governo do Estado, que estão na região para atender às necessidades de manutenção das rodovias estaduais da região”, afirmou o prefeito. “Por que fizeram aquilo?”, perguntou.

Denúncias sem providências - Ao longo dos últimos anos, a manutenção das rodovias estaduais, ou a falta dela, virou escândalo - e viraria caso de polícia se o governo passado, ou o Ministério Público, tivesse tomado as providências solicitadas pela deputada Josefina Carmo.

Segundo a parlamentar, as rodovias sofrem com a ação das chuvas por falta de manutenção preventiva. Nos dois anos passados, a Setran não realizou as obras de restauração nessas rodovias, apesar de ter contratado uma empresa, a Project Engenharia e Construções, para executá-las.

Em 2009, a secretaria estadual contratou a Project, sem licitação, e repassou R$ 6 milhões à empresa. Em dezembro passado, mais R$ 1,2 milhão foi entregue à empresa, para a mesma finalidade. “Mas a empresa não realizou os serviços para os quais foi contratada”, afirmou a deputada.

Em 2009, depois de ouvir reclamações e denúncias de moradores de Monte Alegre, ela foi ao Ministério Público e entregou fotografias e imagens em vídeo demonstrando que os serviços contratados não foram realizados, mas apenas raspagem do leito da estrada, sem aplicação de material nem instalação de redes de drenagem. E mais: imagens mostram que a empresa usou equipamentos da própria Setran para fazer a raspagem das estradas – os mesmos que agora foram negados para socorrer a prefeitura de Monte Alegre na restauração da PA-255.

“Infelizmente, pelo menos até agora, o Ministério Público não tomou nenhuma providência para investigar as denúncias e apurar responsabilidades. O que estamos vendo agora são consequências das omissões da Setran no governo passado”, concluiu Josefina.

2 comentários:

Zé da Barranca, O ousado e intrepido... disse...

JMP...nosso prezado, localize-nos esta cidade(...) fica no extremo sul do PA? tem uma cidade com nome igual, inclusive tem frigorifico de apoio à mega-empresas: Cofap, Vale Cristalino (Wolksvagem) e outras próximas à Nova Barreira, divisa do PA com MT..., um abraço do porrudo Laércio*

Blog do Piteira disse...

Laércio,

a cidade de Monte Alegre está localizada na margem esquerda do rio Amazonas, na região Oeste do Pará. O município, com quase 60 mil habitantes, é um dos mais antigos povoamentos urbanos da Amazônia, remontando ao século XVII.

Depois de fundar Belém, a capital, em 1616, os lusitanos cuidaram de expulsar os "invasores" franceses e batavos. Com essa missão, o navegador português Pedro Teixeira chegou à aldeia dos Gurupatuba em 1639, os primeiros habitantes do local onde hoje está a cidade de Monte Alegre.

Mas não foram os portugueses os primeiros a chegar à região. Antes, muito antes mesmo, de Cabral chegar a este lado do Atlântico, já havia gente habitando aquelas terras. Pesquisas arqueológicas da norte-americana Anna Roosevelt encontrou marcas da presença humana naquela região que datam de 11.200 anos. As inúmeras e pouco preservadas pinturas rupestres (uma grave omissão do governo do Estado)estão lá pra comprovar essa história.

Em outra ocasião te conto um pouco mais dessa história.

O município tem muitos atrativos turísticos, muito além desse patrimônio arqueológico. Muitos turistas o visitam. O melhor período é o verão. Quem sabe apareces por lá.

O telefone da prefeitura local é 93-3533-1094.

Abraços!

Piteira