Depois da queda dos ditadores da Tunísia e, na sexta-feira, do Egito, o mar de revolta que varre o mundo árabe chega ao Irã, o mais importante país país muçulmano, comandado, desde o final da década de 70, pela teocracia dos aiatolás.
Hoje, centenas de iranianos desafiaram o governo e participaram de uma passeata, que havia sido proibida, em direção a uma praça central de Teerã. O objetivo foi manifestar apoio aos levantes populares do Egito e da Tunísia. Como já havia sido advertido anteriormente, o percurso foi bloqueado por policiais e forças de segurança, mobilizados para impedir os protestos. Houve confrontos entre agentes e manifestantes.
Os líderes oposicionistas Mirhossein Mousavi e Mehdi Karroubi aproveitaram o apoio oficial iraniano às enormes mobilizações de rua em países árabes para convocar a manifestação, mas as autoridades da República Islâmica rejeitaram o pedido. O governo alegou que os reformistas não deveriam criar uma "crise de segurança" como a ocorrida durante os protestos que se seguiram à polêmica eleição de 2009 no Irã. Na ocasião, o presidente Mahmoud Ahmadinejad foi reeleito sob suspeita de fraudes.
A oposição diz que as revoltas têm semelhanças com os protestos realizados por liberais do Irã depois das eleições de junho de 2009, marcadas por suspeitas de fraude em favor do presidente conservador Ahmadinejad. A onda de protestos de 2009 foi reprimida com brutalidade pela Guarda Revolucionária, e pelo menos dois participantes foram executados.
Protestos árabes também acontecem no Iêmen e na Argélia. Os desfechos na Tunísia e no Egito devem fortalecer as manifestações das populações árabes nesses países.
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