Josefina: interdição do aeroporto de Itaituba foi decisão "rigorosa demais"
A deputada estadual Josefina Carmo (PMDB) enviou ofício à diretora-presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Solange Paiva Vieira, hoje, solicitando que o órgão reveja a decisão que interditou o Aeroporto Municipal de Itaituba, município localizado no Oeste do Pará, anunciada ontem. A decisão da agência se deu por conta de irregularidades encontradas no aeródromo durante vistoria técnica realizada no período de 10 a 13 de janeiro deste ano.
Na opinião da deputada, a interdição do aeroporto foi uma decisão “rigorosa demais, um remédio forte em demasia para uma doença para as quais providências já estavam sendo tomadas”, comparou. No documento enviado à Anac, Josefina pede à agência que reveja a decisão de interdição total daquele aeródromo, “se possível reduzindo-a apenas para o período noturno, liberando as operações de pouso e decolagens para o período diurno, enquanto a Prefeitura local trabalha para atender às exigências indispensáveis de segurança aos vôos lá operados, que justificaram a restrição imposta pelo órgão”.
Ao justificar sua reivindicação, a deputada lembrou que Itaituba é a cidade-pólo de uma enorme região do Estado, formada pelos municípios de Aveiro, Trairão, Jacareacanga, Novo Progresso e Rurópolis, além de Itaituba, com população estimada de 210 mil habitantes. “É para Itaituba que fluem as principais demandas médico-hospitalares de média complexidade e é de lá que saem os casos que exigem tratamento de maior complexidade, que são encaminhados para o Hospital Regional do Baixo Amazonas, em Santarém – e, para estes casos, o resgate é necessariamente feito com aviões de pequeno porte”, argumentou.
Mas não apenas isso: Josefina lembrou a Solange Vieira que aquele aeroporto é a principal base aérea para operações de apoio a um grande número de negócios econômicos de grande relevância que são realizados na região, principalmente aqueles de base mineral, que acontecem em “regiões longínquas do território de Itaituba e de municípios vizinhos.
Ela também afirmou que a prefeitura local, que administra o aeródromo, não desconhece os problemas nele existentes. “Muito pelo contrário: admiti-os, tanto que, quando notificada, ainda em janeiro passado, tratou de iniciar as providências solicitadas pelos fiscais da Anac”, afirmou. Mas lembrou à dirigente da agência que adquirir uma viatura de combate a incêndio dotada de equipamento lançador de espuma, que custa mais de R$ 700.000,00 no mercado nacional, não é uma ação que possa ser executada em tão curto prazo, inclusive por conta das dificuldades financeiras do município. Josefina informou à agência que o prefeito municipal já solicitou apoio do governo do Estado ara adquiri-la.
A aquisição de uma nova viatura do tipo é a mais relevante exigência da Anac para a desinterdição do aeroporto, já que a lá existente está com problemas de manutenção e não funciona, além do fato desse serviço não estar disponível na região.
Quanto aos problemas no sistema de iluminação do balizamento noturno na pista de pouso e decolagem do aeródromo, ela reconheceu que estes tornam as operações de alto risco, não ao ponto de justificar sua interdição total, “sem sombra de dúvida, uma decisão rigorosa demais, um remédio forte em demasia para uma doença para as quais providências já estavam sendo tomadas”, sustentou.
Finalmente, a deputada do PMDB recorreu ao bom senso. “Em casos como este, a mediação para uma solução rápida é a mais recomendada. Todas as forças da Prefeitura de Itaituba e da Anac convergem para um mesmo objetivo: a segurança nas operações de pouso e decolagem. Cada uma das partes está fazendo aquilo que lhe compete. Dessa forma, a interdição total é nociva em todos os sentidos”, concluiu.
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