As Dulces são mais raras. Em nome desta, a homenagens a todas as mulheres
As Franciscas, Lúcias e Antônias são mais numerosas, mas as Marias são imbatíveis, sem que com isso não reconheçamos os valores das Isas, Socorros, Edilenes, Fernandas, Vanessas, Sônias, Cristinas, Idas, Sheilas, ...
Ah, mas há as Dulces, ainda que mais raras, e uma em particular é a mais preciosa de todas. Ela mora em Santarém, a terra apaixonante dos mocorongos. Uma mulher para quem todos os adjetivos serão insuficientes para caracterizar suas infinitas qualidades e seus valores. Depois de quase 80 anos e onze filhos - os netos e bisnetos, estes já não consigo lembrar de todos, mas ela tem seus nomes na ponta da língua -, lá está ela, mais frágil, é verdade, mas determina a fazer cada dia melhor do que o anterior. Tem sido assim por décadas, com mil e uma dificuldades vividas ao longo desse tempo, 55 deles na ilharga do Dinaur - pra ela, simplesmente "Pedro".
Dulce foi dedicada aos filhos, delicada com cada um, mas severa também, e, hoje, já criados e donos de suas vidas, certamente que todos têm sua figura onipresente, marcada por lembranças de uma vida humilde e laboriosa, é verdade, mas também rica em ensinamentos morais e éticos que se constituíram no pilar principal da vida de cada um.
Mas hoje é o dia de todas e, na verdade, não importam os seus nomes: o que vale, mesmo, é a história de cada uma, sem desprezar a de todas, a universal, e o que elas representam em nossas vidas e, principalmente, nas vidas de nossos filhos.
Pablo Neruda, o sempre admirado poeta chileno que clamou pela Liberdade, pela Democracia, pela Vida, também escreveu sobre os valores da Mulher. Segue o texto abaixo, uma modesta homenagem às mulheres
MULHERES
Elas sorriem quando querem gritar.
Elas cantam quando querem chorar.
Elas choram quando estão felizes.
E riem quando estão nervosas.
Elas lutam por aquilo em que acreditam.
Elas levantam-se contra a injustiça.
Elas não aceitam um “não” como resposta quando
acreditam que existe melhor solução.
Elas andam sem sapatos novos para
que os seus filhos os possam ter.
Elas vão ao médico com uma amiga assustada.
Elas amam incondicionalmente.
Elas choram quando os seus filhos adoecem
e alegram-se quando os seus filhos ganham prémios.
Elas ficam contentes ao falarem de um aniversário
ou de um novo casamento.
Pablo Neruda
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