As recentes dificuldades para aquisição de milho destinado ao fabrico de ração e as distorções praticadas pelo próprio governo federal na tentativa equilibrar o mercado, com a disponibilização de seus estoques reguladores, estão pondo em sério risco à avicultura paraense. “Em termos de vantagem competitiva, a nossa atividade está indo para o brejo”, afirma o veterinário Waldomiro Gaia, avicultor e ex-presidente da Associação Paraense de Avicultura.
Waldomiro Gaia considera acertada a política do governo federal de liberar seus estoques, através de leilões, para normalizar a oferta de milho. O problema, diz ele, está nos custos, muito mais altos para o avicultor paraense. O produto oriundo de Mato Grosso, por exemplo, chega ao Pará com um custo adicional de R$ 17 por saco de 60 quilos, relativo ao frete. Ao avicultor paraense, a título de subsídio, o governo oferece um prêmio de R$ 1,12 por saco de 60 quilos.
Porém, o mesmo milho originado no Mato Grosso, quando destinado ao Nordeste, tem direito a um prêmio muito maior, de R$ 7,50 por saco de 60 quilos. O resultado disso é que, enquanto o produto chega ao Nordeste com um preço final de R$ 35, no Pará esse custo é de R$ 42 por saco de 60 quilos. A diferença de R$ 7, considerada expressiva para uma atividade que tem no milho seu principal insumo, traduz a generosidade do governo no tratamento dispensado aos avicultores nordestinos em detrimento dos paraenses.
Como o Estado do Pará não produz todo milho que consome, os avicultores locais estão mais expostos a oscilações de mercado e mais vulneráveis a eventuais choques de oferta. Essa situação costuma se agravar durante a entressafra, que vai de dezembro a março. Nesse período do ano, que é o que estamos vivendo hoje, os produtores paraenses de frango e ovos ficam na dependência de grãos oriundos de outros Estados.
Fonte: www.diariodopara.com.br
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