Criada nos seringais, tomando banho de rio na floresta amazônica, a acriana se prepara para o seu maior passo político: disputar a cadeira que Lula deixará vaga no Palácio do Planalto. Primeira brasileira a colocar o meio ambiente na pauta das discussões nacionais, a senadora (dois casamentos, quatro filhos e um histórico de saúde frágil) revela aqui que também gosta de escrever poesia.
A senadora Marina Silva, 51 anos, mundialmente conhecida pela defesa da Amazônia, a maior reserva de água doce do planeta, toma banho de olho numa ampulheta que ganhou do príncipe Albert, de Mônaco, quando foi receber o prêmio Mudanças Climáticas, conferido pela fundação que ele preside, em outubro. Trata de fechar as torneiras em menos de cinco minutos, antes que o compartimento superior do vidrinho esvazie.
Mais do que rotina, cronometrar o banho faz parte da agenda política de Marina e evoca sua história. Ela sabe que pode influir com seus gestos para grandes transformações, mesmo que o caminho, de tão longo, pareça impossível. Era improvável que a ex-empregada doméstica Maria Osmarina chegasse ao Senado, que uma ex-adolescente analfabeta assumisse o comando do Ministério do Meio Ambiente, que uma garota da floresta fosse reconhecida como cidadã do mundo. Mas ela se esforçou.
Começa a desenhar-se agora um novo capítulo de sua vida política: a candidatura à Presidência da República nas eleições de 2010, pelo Partido Verde. Com dinheiro curto e os poucos minutos de que o PV dispõe na TV, vai tentar convencer os eleitores de que é viável crescer sem destruir o planeta, que é urgente fazê-lo e que, se conquistar o apoio da sociedade, Marina é a pessoa certa para conduzir esse processo.
"Será uma luta de David contra os Golias", compara o empresário Guilherme Leal, cotado para vice da chapa. Um dos donos da Natura, maior empresa de cosméticos do país, ele é estreante na política, mas bem experiente na militância pela sustentabilidade. "Para nós, conseguir com a campanha que o país olhe para si e avance em direção a novas práticas e aspirações coletivas também é ganhar", diz.
Marina se sente bem posicionada. "Lula foi um bom desbravador para a questão da origem humilde", aplaude. Está convencida de que ser mulher é vantagem: Nossa sociedade tem o espírito desafiador. Depois do sociólogo (referência ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso) e do operário, por que não uma mulher?"
A presença de outra candidata, a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, com quem se chocou no governo, tampouco lhe parece um complicador: "Como os homens bisbilhotam as revistas de mulher, é bom lembrar a eles que houve sempre cumplicidade de gênero entre as ministras e que não tive apenas impasses com Dilma, vivemos muitos encontros". Entre estes últimos, ela aponta o modelo que ambas ajudaram a elaborar para o setor elétrico e para a produção de petróleo e gás, contemplando o impacto ambiental. Os embates, que culminaram com a reação violenta dos desmatadores contra medidas do governo, precipitaram sua demissão, em 2008. "É uma corrida de 4X4", diz Marina. "Cada um leva o bastão até onde pode, mas tem que levar."
Para ler toda a matéria, acesse http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/atitude/marina-silva-forca-veio-floresta-523630.shtml
A senadora Marina Silva, 51 anos, mundialmente conhecida pela defesa da Amazônia, a maior reserva de água doce do planeta, toma banho de olho numa ampulheta que ganhou do príncipe Albert, de Mônaco, quando foi receber o prêmio Mudanças Climáticas, conferido pela fundação que ele preside, em outubro. Trata de fechar as torneiras em menos de cinco minutos, antes que o compartimento superior do vidrinho esvazie.
Mais do que rotina, cronometrar o banho faz parte da agenda política de Marina e evoca sua história. Ela sabe que pode influir com seus gestos para grandes transformações, mesmo que o caminho, de tão longo, pareça impossível. Era improvável que a ex-empregada doméstica Maria Osmarina chegasse ao Senado, que uma ex-adolescente analfabeta assumisse o comando do Ministério do Meio Ambiente, que uma garota da floresta fosse reconhecida como cidadã do mundo. Mas ela se esforçou.
Começa a desenhar-se agora um novo capítulo de sua vida política: a candidatura à Presidência da República nas eleições de 2010, pelo Partido Verde. Com dinheiro curto e os poucos minutos de que o PV dispõe na TV, vai tentar convencer os eleitores de que é viável crescer sem destruir o planeta, que é urgente fazê-lo e que, se conquistar o apoio da sociedade, Marina é a pessoa certa para conduzir esse processo.
"Será uma luta de David contra os Golias", compara o empresário Guilherme Leal, cotado para vice da chapa. Um dos donos da Natura, maior empresa de cosméticos do país, ele é estreante na política, mas bem experiente na militância pela sustentabilidade. "Para nós, conseguir com a campanha que o país olhe para si e avance em direção a novas práticas e aspirações coletivas também é ganhar", diz.
Marina se sente bem posicionada. "Lula foi um bom desbravador para a questão da origem humilde", aplaude. Está convencida de que ser mulher é vantagem: Nossa sociedade tem o espírito desafiador. Depois do sociólogo (referência ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso) e do operário, por que não uma mulher?"
A presença de outra candidata, a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, com quem se chocou no governo, tampouco lhe parece um complicador: "Como os homens bisbilhotam as revistas de mulher, é bom lembrar a eles que houve sempre cumplicidade de gênero entre as ministras e que não tive apenas impasses com Dilma, vivemos muitos encontros". Entre estes últimos, ela aponta o modelo que ambas ajudaram a elaborar para o setor elétrico e para a produção de petróleo e gás, contemplando o impacto ambiental. Os embates, que culminaram com a reação violenta dos desmatadores contra medidas do governo, precipitaram sua demissão, em 2008. "É uma corrida de 4X4", diz Marina. "Cada um leva o bastão até onde pode, mas tem que levar."
Para ler toda a matéria, acesse http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/atitude/marina-silva-forca-veio-floresta-523630.shtml
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