sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

SAI A LICENÇA AMBIENTAL PARA BELO MONTE


O Globo on line acaba de informar que fontes ligadas ao Palácio do Planalto informaram, nesta sexta-feira, que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) liberou, hoje, a licença ambiental para a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. A Usina de Belo Monte será construída no rio Xingu, no estado do Pará, e terá capacidade para gerar mais de 11,2 mil megawatts de energia elétrica.

Segundo o Ministério de Minas e Energia, Belo Monte será a terceira maior usina hidrelétrica do mundo, ficando atrás apenas da chinesa Três Gargantas, que tem capacidade de gerar 22.400 megawatts, e de Itaipu, que fica na fronteira entre Brasil e Paraguai e que tem capacidade para 14 mil megawatts.


PS:
Confirmada a notícia, a emissão de autorização ambiental ao AHE Belo Monte é, sem dúvida, uma grande conquista àqueles que defendem o projeto.

Por telefone, há pouco, o coordenador do Fórum Belo Monte Já!, Raimundo Nonato Brito, vibrou com a notícia.

"Finalmente, vamos poder tirar o projeto desse encalhe em que foi deixado por entidades e pessoas que não estão preocupados com o desenvolvimento do Estado e com o bem estar da nossa população", comemorou.

Também o presidente da Federação Interestadual dos Metalúrgicos da Região Norte (Fitimn), Súlivan Santa Brígida, animou-se com a notícia. "Temos a possibilidade real de instalação de projetos econômicos importantes no Pará, como aqueles que visam a verticalização do setor mínero-metalúrgico, mas que enfrentam problemas com a pouca disponibilidade de energia elétrica como insumo. Belo Monte será a nossa redenção", afirmou.

2 comentários:

BELÉM LIMPA X BELÉM SUJA disse...

Se os danos ambientais forem realemnte os que tem sido previstos pelo Movimento em Defesa Rio Xingu e das áreas que serão afetadas, é preciso que lance um amplo movimento para barrar essa investida e tentativa de produzir energia não para o nosso consumo, mas para os grande centro urbanos de outras regiões. O custo benefício, para nós, parece ser desatroso. A solução para o fim dos alagamentos em São Paulo, que deve ser considerada, parece ser também a saida para que centros urbanos como SP tenham mais energia. Isto é, a saíde é construir pequenas hidrelétricas que acabarão com os alagamentos, além de assegurar geração de energia. Esses projetos megalômanos deveriam ficar para a história, suas gigantescas $ e seus desastrosos danos.

Blog do Piteira disse...

João,

tenho a impressão de que falta mais seriedade aos opositores do projeto do AHE Belo Monte. A discussão está passionalisada, tomada por argumentos de paixão, sem sustentabilidade racional.

Pela distância e dificuldade de deslocamento, não fui às três primeiras audiêcias públicas que discutiram o EIA/Rima do projeto. Participei apenas da última, no Centur, em Belém.

Tive o cuidado, antes, de ler o EIA/Rima, tentando entender o projeto, formular dúvidas e argumentos prós e contras.

Mas o que vi lá me deixou surpreso e também decepcionado. Primeiro, uma atitude beligerante de um grupo de militantes do MST, que provocaram e quase agrediram, literalmente, um pequeno grupo de manifestantes favoráveis. A maioria dos presentes não se manifestou, simplesmente estava ali para participar do evento.

Visivelmente, "os do contra" estavam ali não para debater, mas para inviabilizar o evento. Mas tudo bem: era um direito deles tentar atrapalhar a realização de um evento que reprovavam, apesar de ser uma atitude antidemocrática, manifestação pura e irretocável de intolerãncia. Uma atitude burra. Isso em meio a muitos gritos, apupos, palavras de ordem e exibição de faixas, cartazes, cantorias, etc.

Mas o mais surpreendente veio depois: os dois representantes do Ministério Público (federal e estadual) tomaram a inicitiva de propor o esvaziamento do evento, pedindo que todos os presentes se retirassem da audiência, no que foram atendidos por alguns. Iniciaram uma vigília, no hall do Centur, que não viu o dia amanhecer.

O MP fez isso? Fez, sim! O MP que estaria ali justamente para fazer os questionamentos sobre o projeto, mostrar as possíveis ilegalidades contidoas no EIA/Rima, orientar a sociedade civil e a população a reagirem contrariamente ao projeto, se fosse o caso; para propor mudanças que atendessem à legislação ambiental e aos direitos dos possíveis afetados, como índios e ribeirinhos.

Mas não: os representantes do MP abriram mão de seus papéis constitucionais para virarem militantes ambientalistas, para se juntar ao grupo de opositores ao projeto.

O MP agiu certo? ACredirto que não.

Com a saída do PM e dos demais contrários ao AHE Belo Monte, a audiência pública finalmente aconteceu, em ordem e com boa audiência. Mas faltaram lá os representantes do MP e outras pessoas realmente dispostas ao debate.

A audiência pública se encerrou às 2h da manhã. Alcançou o seu objetivo, mas poderia ter sido
muito melhor. Uma pena!

Finalmente, o Ibama acaba de emitir a licença ambiental ao projeto, que deverá ser iniciado em breve.

Do que valeu a atitude do MP? Acho que apenas impediu que a sociedade conhecesse melhor o projeto e apoiá-lo. Ou reprová-lo.