Como costumam afirmar os políticos cínicos dos grotões miseráveis do Brasil, "promessa é feita pra não ser cumprida".
Pois parece que a nossa governadora Ana Júlia Carepa incorreu em mais uma dessas: 100 mil novas casas até o final de 2011.
O número, claro, tem a intenção única de impressionar os incautos, pois sabe-se que seu governo vai até o final deste ano - o atual, digo, pois o próximo não passa de uma especulação, um pretensioso desejo, desses inatingíveis, longe de ser atendido com o esfregar de uma lâmpada e com o pedido a um gênio. Pelo menos é o que dizem todas as pesquisas até agora feitas para consumo interno dos partidos e com divulgação oficiosa. Nestas, a lâmpada tem sido um objeto imaterial, irreal e quase impossível de deixar o mundo das promessas; o gênio, decepcionado com as promessas não cumpridas em quatro anos de governo (?), está com raiva e se recusa a atender-lhe qualquer pedido.
A promessa, como não poderia ser diferente, foi feita em meio ao entusiasmo de mais um desses cinematográficos eventos oficiais entre os governos federal e estadual, ainda que no Palácio dos Despachos, cujas imagens, claro, ganharão áudio e animação necessários à propaganda chapa branca, sempre ufanista e exagerada na veiculação de resultados inexpressivos.
Apesar do resultado pífio do ano passado - foram 17 mil habitações em todo o Estado, segundo os dados oficiais - e da projeção mais-do-que-pífia para este ano (outras 3 mil ), ela garante, por dedução aritmética, que construirá outras 80 mil durante 2011.
As 20 mil habitações que deseja concluídas até o final deste ano representarão investimento de R$ 163,940 milhões, também segundo as fontes oficiais. Isso significa, pelo uso de uma das mais simples operações da matemática, que ela terá, em 2011, R$ 655,7 milhões para a construção das demais 80 mil.
Como há aquele outro ditado popular que diz que "promessa é pra ser cumprida", não custa anotar e cobrar.
Cobrar? Como, se o governo dela acaba já no final deste ano? O atual, que fique bem claro.
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