segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A CUT RESSUSCITOU

A quanto tempo você não ouvia falar na Central Única dos Trabalhadores, a ex-temida-por-todos CUT?

Pois é! Depois que virou central sindical chapa branca e deixou o sindicalismo em terceiro plano e sumiu do noticiário (ainda vai aparecer alguém afirmando que a "imprensa burguesa" a boicota?), eis que a CUT volta à cena, agora para afirmar, em nota à Imprensa, que é favorável ao Programa Nacional de Direitos Humanos.

Na nota oficial, emitida hoje, a CUT afirma que o programa “suscita a investigação da verdade e da justiça sobre os crimes de lesa-humanidade cometidos por agentes de Estado. Os defensores da tortura alegam que os dois lados em conflito deveriam ser investigados. Acontece que os opositores da ditadura militar já foram punidos, com sequestros, cárceres clandestinos, estupros, mortes, ‘desaparecimentos’, prisões, torturas e exílios forçados".

Mas não fala nada sobre as ameaças de censura, de intervenção nos editoriais e na programação dos meios de comunicação, nas ameaças de suspensão das concessões de empresas de comunicação, bem ao estilo Hugo Chaves, da mudança de regras na reintegração de posse em invasões de terras e no enfraquecimento do Judiciário. Nada! Nem uma vírgula!

Com excessão da cúpula militar e de outros setores minoritários da sociedade brasileira, poucos são os segmentos que até agora se manifestaram contrários ao resgate e ao desvendamento dos crimes ocorridos durante os 21 anos dos governos militares. Mas poucos também se manifestaram favoráveis. Entre as centrais sindicais, a CUT é a única a assumir essa posição. Isso demonstra, no mínimo, que o tema é polêmico e vai exigir tempo para que o debate possa se instalar e envolver ampla, geral e irrestritamente todos os segmentos organizados da sociedade e levar esclarecimentos à população.

Quanto à CUT, quando ela vai voltar a fazer sindicalismo?

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