quinta-feira, 7 de abril de 2011

CAMARGO CORRÊA VAI PRODUZIR CIMENTO EM MONTE ALEGRE

O que o grupo empresarial pernambucano João Santos não quis a construtora Camargo Corrêa se prepara para abraçar e produzir cimento: a mina de calcário de Monte Alegre, próximo à comunidade de Mulata, na margem esquerda do rio Amazonas, no Oeste do Pará.

As informações ainda não são precisas, como acontece em todo negócio onde grandes interesses estão em jogo. De concreto, o que já se sabe é que a Camargo Corrêa caminha a passos largos para montar uma planta de beneficiamento do calcário existente na mina da Mulata, para a produção de cimento.

Ontem, dois representantes da empresa se reuniram com o prefeito Jardel Vasconcelos (PMDB) para tratar sobre o empreendimento. Tudo indica que o problema mais imediato a ser superado é a indisponibilidade de energia elétrica para fazer funcionar a futura planta. A fonte já existe - a Hidrelétrica de Tucuruí -, mas o linhão que vai levá-la à região da Calha Norte ainda está em obra e só deve chegar em Monte Alegre no próximo ano - a primeira meta era agosto deste ano, mas não cumprida.

Mas a decisão da empresa já está tomada. A montagem da empresa, garantia de fornecimento de energia e o início da produção são metas já definidas e um planejamento da Camargo Corrêa.

PS: A concessão da mina de calcário de Monte Alegre é do grupo João Santos, que criou a empresa Companhia Agro-Industrial de Monte Alegre (Caima), na segunda metade dos anos 70, para explorá-la.

Para tanto, recebeu incentivo fiscal da Sudam, inclusive para a produção própria de energia para a indústria, mas esta nunca foi montada. Nos anos 90, o grupo pernambucano desmontou o demorado canteiro de obras da Caima e foi plantá-lo sobre outra mina de calcário, em local distante pouco mais de 30km da cidade de Itaituba, na margem esquerda do rio Tapajós. Lá, há onze anos, ela produz o cimentos Nassau.

O calcário de Monte Alegre vai agora ser explorado pela Camargo Corrêa. Pra onde vai esse cimento? Para as obras do AHE Belo Monte e outros grandes projetos em discussão para a região.

O investimento da empresa vai gerar emprego, renda e novas oportunidades de negócios, além de receitas ao erário. Mas vai também atrair uma leva e migrantes em busca de emprego. Vai depender da empresa, do Poder Público e da sociedade local discutir os mecanismos para reduzir esses impactos, sem perder a excelente oportunidade de investimento privado no município.

Segundo a Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM), que fez estudos em Monte Alegre, no final dos anos 80, as jazidas locais de calcário chegam a 58 milhões de toneladas, com predominância do tipo calcítico, justamente o apropriado para a produção de cimento.

A conferir.

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