O governo do Pará vai liberar a mineração em áreas de uso sustentável na região da Calha Norte, permitindo, assim, que a mineradora Rio Tinto possa instalar uma planta de bauxita em uma área atualmente sob pesquisa. A decisão foi anunciada recentemente a diretores da empresa, que se reuniram com uma equipe do governo estadual para tratar do assunto. Se for mesmo liberado, este poderá ser um dos maiores projetos de bauxita do mundo.
A Rio Tinto descobriu uma mega reserva de bauxita na região da Calha Norte, mais precisamente entre os municípios de Monte Alegre e Alenquer. A empresa fez a descoberta há cerca de cinco anos e pretendia implantar uma planta de extração do minério e uma fábrica de alumina, mas teve seus planos interrompidos com a criação pelo governo estadual, em 2006, de inúmeras reservas florestais na região, engessando a província mineral.
A empresa alegou na época que a maior parte da reserva mineral ficou dentro da Estação Ecológica Grão Pará, numa área onde a mineração passou a ser proibida. De acordo com a Rio Tinto, a minério que ficou em áreas passíveis de exploração não era de boa qualidade e nem em quantidade suficiente que justificasse o investimento de cerca de 5 bilhões de dólares que pretendia fazer. Sem alterar o limite da reserva ambiental, garantiu a mineradora, o projeto não sairia do papel.
Durante o mandato da governadora Ana Júlia (PT), entre 2007 e 2010, a Rio Tinto se reuniu diversas vezes com representantes do governo e com a própria governadora, na tentativa de resolver o problema. O governo falou em apresentar à Assembléia Legislativa um projeto de lei alterando os limites da Estação Ecológica Grão Pará, mas a promessa nunca foi cumprida. A empresa reduziu quase a zero as suas atividades na região, frustrando a população que já sonhava com o empreendimento.
Agora, com o retorno de Simão Jatene (PSDB) ao governo, os diretores da Rio Tinto retomaram as negociações para liberar a reserva de bauxita. Em reunião com integrantes do alto escalão do governo, os diretores da mineradora ouviram que o empreendimento será apoiado e que a mineração em áreas de uso sustentável, onde é permitida a atividade, será liberada. Além disso, o governo prometeu empenho em estudar a proposta de revisão dos limites da ESEC Grão Pará.
Fonte: www.ecoamazonia.com.br/site
Nenhum comentário:
Postar um comentário