quarta-feira, 23 de setembro de 2009

IGREJA CATÓLICA IMPÕE RESTRIÇÃO E FESTA DE SÃO FRANCISCO PODERÁ SER FRACASSO

Tem tudo para ser um tremendo fracasso de público a festividade montada pela Paróquia de São Francisco de Assis, em Monte Alegre, em homenagem ao padroeiro local, no período de 26 de setembro a 4 de outubro, além de notável retrocesso em relação aos anos anteriores.

Desde 1997, no início do primeiro governo Jardel Vasconcelos, que a prefeitura local promove uma programação cultural paralela à programação religiosa, sem que esta tenha sido prejudicada pela primeira. Muito pelo contrário: a estrutura de som, palco e iluminação montada pela prefeitura sempre foi utilizada pelos organizadores da programação religiosa.

Ao longo dos últimos anos, artistas e bandas de sucesso nacional, como Companhia do Calypso, Rabo de Vaca, Tanakara, Reginaldo Rossi, Padre Antônio Maria, Wanderley Andrade, The Fevers, Amado Batista, Pinta Cuia, além de cantores e bandas locais atraíram grandes públicos – nos últimos dias, o público chegou a 40 mil pessoas - e transformou a festa de São Francisco em uma das maiores e mais populares do Oeste do Pará.

Mas, para este ano, a coordenação da festividade quer que “sejam tocadas músicas de qualidade e adequadas para o momento das festividades e não músicas que venham de encontro com os princípios da Igreja e da fé católica”. Sugestão da coordenação: “Cantores de Bandas que cantem músicas Regionais e Locais, Bandas e Cantores Católicos”. Em outras palavras, nada de bandas e cantores de renome nacional que atraiam grandes públicos, que falem a linguagem popular, quer toquem e cantem calypso, forró, xote ou ritmos calientes.

A programação cultural, sempre realizada após a programação religiosa, vinha atraindo públicos cada vez maiores, inclusive atraindo delegações de Prainha, Alenquer, Curuá, Almeirim, Santarém e outras cidades da região, um público que acabava participando também dos eventos religiosos.

Nos últimos anos, os barraqueiros sempre contaram lucros, tanto que reservaram o dia 5 de outubro como o dia de lazer deles, coincidindo com o Bingo do Balão Mágico, outro evento já tradicional da festa e que a paróquia quer também impedir. Hoje, os que resolveram comprar espaços na Praça da Matriz e montar algum negócio típico da época já estão preocupados com os prováveis prejuízos.

É uma atitude contraproducente e antipática essa decisão da coordenação da festa, pois quebra uma tradição cultural já incorporada à festa do padroeiro, contraria a vontade e o gosto da maioria dos próprios católicos (que também curte os artistas e bandas) e causa prejuízo ao município.

Atitudes retrógradas como essa frustram a expectativa de todos, fazem mal à sociedade. E depois não entendem porque a Igreja Católica perde tantos fiéis para outras religiões ou igrejas.

O estrago está feito. Uma pena!

Nenhum comentário: