segunda-feira, 26 de outubro de 2009

PESQUISA CONFIRMA VALOR MEDICINAL DA ANDIROBA E COPAÍBA

Uma pesquisa realizada por alunos do curso de Medicina da Universidade do Estado do Pará (Uepa) avaliou se a administração do óleo da copaíba e da andiroba, conhecidas ervas medicinais muito utilizadas na região amazônica e com propriedades anti-inflamatórias, poderiam ser utilizadas como agentes na diminuição do processo inflamatório causado após o implante de silicone. O resultado do trabalho, referente à iniciação científica PIBIC/CNPq, foi apresentado este mês durante o I Seminário de Iniciação Científica da Uepa, que integra a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.

O Brasil realiza mais de 600 mil cirurgias plásticas por ano, sendo a maioria para procedimentos estéticos de aumento de mama. Os dados são da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) em pesquisa realizada pelo instituto Data Folha, de setembro de 2007 a agosto de 2008. Dentre as reclamações mais comuns, decorrentes do implante de silicone, estão a inflamação acentuada na região da cirurgia, tornando-se fundamental a administração de anti-inflamatórios durante o processo.


“Quando acontece a retração do tecido fibroso que envolve o implante, a paciente sente enorme dor, além da deformidade da mama, o que faz com que algumas pacientes necessitem passar por nova cirurgia. Nosso objetivo, durante a pesquisa, era utilizar plantas medicinais da região, viabilizando futuramente inclusive um tratamento de baixo custo”, diz Victor Gonçalves, bolsista participante da pesquisa.

A análise revelou que a copaíba, administrada por via oral, mostrou-se muito mais eficiente na diminuição do processo inflamatório e fibrose, o que deve servir de base para que estudos mais avançados possam ser desenvolvidos na área. O objetivo dos pesquisadores é utilizar a copaíba de forma preventiva, para evitar a ação inflamatória decorrente do implante. O estudo foi realizado no laboratório de Cirurgia Experimental da Uepa, sendo utilizados 35 ratos fêmeas-adultas, divididos em cinco grupos, associados ou não à administração dos óleos.

ÓLEOS

Na Amazônia, o óleo de copaíba é utilizado para fins diversos, que vão desde tratamentos contra caspa e dermatites, até problemas gástricos e bronquites. Além de ser usado como anti-inflamatório, a copaíba também tem propriedades diuréticas, expectorantes, desinfetantes, e estimulantes. É utilizada como combustível para clarear a escuridão da noite, substituindo a função do tradicional óleo diesel nas lamparinas. Na indústria, esse óleo pode ser usado para fabricação de vernizes, perfumes, farmacêuticos e até para revelar fotografias.

Já a andiroba costuma ser utilizada para fricção sobre tecidos inflamados, tumores e distensão muscular, além de sua utilização como repelente. Sua cascas e folhas também são utilizadas em chás contra reumatismo, tosse, gripe, pneumonia e até depressão. Recentemente, descobriu-se que as velas feitas com andiroba repelem o mosquito que transmite a dengue.

Fonte: Diário do Pará

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