terça-feira, 14 de julho de 2009

PSOL VIROU BABEL

Tão pequeno e tão complicado, a bancada federal do PSOL vive seu inferno astral e experimenta confusões dignas de uma Babel político-ideológica.

Nascido de uma dissidência do PT, em 2004, o PSOL tem uma bancada de apenas três deputados, mas vive uma crise digna de partido grande. Irritada com o colega Ivan Valente (SP), líder do trio na Câmara dos Deputados, a gaúcha Luciana Genro enviou carta à direção partidária, na quinta-feira, acusando-o de “machismo” e “desequilíbrio”. Ivan reagiu e disse que a colega está isolada e tornou pública sua insatisfação em um ato de “desespero”.

No meio da confusão está o deputado Chico Alencar (RJ), que tenta apagar o incêndio. “Somos tão jovens e ainda incipientes que não suportamos uma desavença nesses termos. Há elementos de temperamento e de personalidade de cada um. Eles não precisam ser amigos, se tratar com ternura, mas é preciso se colocar no patamar da boa relação política”, diz Alencar.

Nem mesmo a coesão do PSOL nas votações em plenário sobreviveu. A bancada se dividiu na votação de um dos itens da reforma eleitoral. Luciana foi a favor da liberação do uso de outdoors nas campanhas. Os outros dois deputados foram contrários. Por causa dessa divergência, a relação entre Luciana e Valente azedou de vez.

Mas, no frigir dos ovos, virão aquelas frases de efeito, do tipo "nossas idéias divergentes servem para reoxigenar o partido e consolidar nossa unidade, coisas próprias de um partido essencialmente democrático".

Ouvi muito essas coisas há anos atrás.


Fonte: Estado de S. Paulo

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