Comemora-se, nesta quarta-feira, o dia internacional de combate a violência contra a mulher. Em Belém, os grupos defensores das causas femininas também lembrarão das conquistas, como a lei Maria da Penha e os crimes ainda não resolvidos, como o caso Abaetetuba, envolvendo uma adolescente que ficou presa na mesma cela com homens, em 2007.
Em novembro, o caso completou dois anos e até agora ninguém foi condenado. Segundo o Tribunal de Justiça do Estado, o processo está na fase de finalização das oitivas, quando as testemunhas são ouvidas e quando os documentos são avaliados. A adolescente está sob proteção de testemunhas e deve ser ouvida em Brasília, em data ainda não definida. Mantida por 26 dias com homens em uma cela, a garota era obrigada a manter as relações sexuais em troca de comida.
Domingas Martins, coordenadora executiva do Grupo de Mulheres Brasileiras, avalia o caso. "É um absurdo essa demora da Justiça. Em dois anos ninguém foi julgado, mas nós vamos continuar lutando para que todos sejam punidos" afirmou.
Para Domingas, a lei Maria da Penha, que determina prisão para os agressores de mulheres no âmbito doméstico, representou um avanço muito grande para a categoria. "Mas ela ainda precisa ser melhor entendida pela sociedade. A lei está começando a ser implementada porém precisamos discutir mais com as mulheres e com os homens", defende a coordenadora.
Para ela, outras bandeiras também precisam ser lembradas como a luta pela liberdade das mulheres, luta contra a discriminação nas sociedades e contra a criminalização do aborto.
Fonte: www.diariodopara.com.br
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