O ministro da Educação, Fernando Haddad, empossou, ontem, o professor José Seixas Lourenço no cargo de reitor da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa). Criada pela Lei nº 12.085, de 5 de novembro de 2009, a instituição é a primeira federal com sede no interior da Amazônia, em Santarém, na região Oeste do Estado. Lourenço comemorou a nomeação, ressaltando que a criação da universidade vai beneficiar toda a região e cerca de um milhão de habitantes.
O reitor empossado também acredita que a instituição desempenhará papel fundamental para o desenvolvimento sustentável de uma região marcada por práticas de extrativismo e por baixos índices sociais. “A universidade vai ajudar a reduzir assimetrias regionais, promover inclusão social e o desenvolvimento sustentável”, declarou, durante a cerimônia de posse.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, destacou que a Ufopa é a 12ª universidade federal criada pelo governo do presidente Lula. De acordo com ele, a instituição intensifica o movimento de ampliação da oferta de educação superior de qualidade no interior do país.
Fonte: www.diariodopara.com.br
2 comentários:
Há 33 anos passados, quando migrei pra Capital, em Santarém não havia nenhuma Instituição de Ensino Superior.
A Vera Paz ainda era uma praia. Lá se jogava bola e era lugar de piracaia ao luar, seguido dos primeiros pilequinhos. Hoje ela se encontra cativa de uma empresa privada, salvo engano, uma multinacional. Alguém pode confirmar?
Não havia TV na cidade. Mas em muitas casas já tinha um televisor na sala esperando o sinal tantas vezes anunciado.
Em casa tinha uma, vinda de Manaus. Uma vez ou outra ela era ligada, pra esquentar, dizia meu velho pai. Quando isso acontecia era só chiado e chuvisco.
Muito raramente entravam umas imagens, que mais pareciam fantasmas. Rápidas surgiam, rápidas sumiam. Eram captadas de uma emissora da terra de Hugo Chaves, chamada "Radio Caracas y Televison", pelo menos assim nós entendíamos.
O bom de tudo isso é que se alguém conseguia ver dez segundos de um show de auditório, por exemplo, quando o fato era comunicado aos que não puderam ver, a imaginação voava, e o relato durava pelo menos dez minutos.
Em compensação, nessa época, ouvia-se muito rádio. Emissoras potentes, situadas em várias partes do mundo, irradiavam suas ondas sonoras até a terra de Nurandaluguaburabara.
Lembro de algumas: Voz da América (EUA), que transmitia em Inglês, Espanhol e Português. Rádio Habana, claro, de Cuba; a Central, de Moscou, e a BBC, de Londres. Havia uma da Alemanha, cujo nome não sei escrever, mas que aportuguesando pronunciávamos algo como "Doitivele". E a brasileira Rádio Nacional. Salvo engano, havia também uma da China. É o que minha memória de 52 anos consegue lembrar.
No Mapiri a pesca de bomba era a coisa mais natural do mundo. Quase todo dia era possível comprar jaraqui com a barriga estourada. Era vendido ali nas mangueiras existenes onde hoje se encontra o Mercadão 2000.
Não lembro de ouvir as pessoas reclamando da carne amarga pelo fel. Hoje essa modalidade de pesca, felizmente, é crime.
A travessia para a praia da Salvação era feita com a água gelada do Mapiri na altura do peito . Mas isso já é outro assunto.
Pois bem, muita coisa mudou na cidade nessas últimas três décadas. A notícia da criação da Universidade Federal do Oeste do Pará representa mais uma dessas mudanças. O curioso é que essa IES foi criada na gestão de ex-operário.
Vida longa à UFOP!
seupedro2@yahoo.com.br
Comentário do blog:
Pepê,
não resta dúvida de que a Ufopa é uma conquista de tamanho amazônico e passa a representar a esperança de futuro para milhares de jovens do Baixo Amazonas que apostam na formação acadêmica como caminho para a realização de suas aspirações como profissionais e cidadãos.
Naqueles tempos de final dos anos 70 e início dos 80, somente as famílias mais abastadas podiam pensar em mandar seus filhos para estudarem em Belém ou Manaus. Para nós, de famílias pobres, o seminário representava muito mais que a vontade de ser padre: ele era a oportunidade certa de formação universitária, de vir pra Belém, de buscar outros caminhos profissionais, se o sonho do sacerdócio naufragasse (como naufragou para a maioria, ou talvez nunca tenha sido o objetivo primeiro).
Tomara que a nova universidade se estabeleça rompendo com vícios terríveis que mediocrizaram o ensino universitário e a formação dos profissionais de hoje e amanhã.
É preciso acreditar nisso. Precisamos teimar em ser positivos, em pensar que a inteligência humana é capaz de gerar coisas melhores e mais eficientes a partir da superação de seus erros. Ou seja, vivendo, aprendendo, vencendo e se superando, sempre!
Faço coro contigo: Vida longa à Ufopa! E acrescento: Com qualidade, competência e eficiência.
José Maria Piteira
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