Primeiro o presidente Lula debitou os atrasos nas obras do PAC na conta dos fiscais do Ibama. Depois, garantiu que o Brasil só não fora transformado no maior canteiro de obras do planeta por culpa da perereca gaúcha, do bagre do rio Madeira e das machadinhas indígenas. Em seguida, descobriu que a rede de sabotadores da grandeza da pátria agia sob o comando dos ministros do Tribunal de Contas da União. Até que não restou ninguém mais a responsabilizar ─ e o maior governante desde Tomé de Souza, em parceria com Dilma Rousseff, resolveu acobertar a coleção de fiascos com truques de estelionatário.
Uma reportagem publicada pela Folha de S. Paulo na edição desta terça-feira revela que os balanços do PAC têm sido discretamente maquiados ou grosseiramente fraudados para induzir o país a acreditar que vai muito bem o que se arrasta, patina ou não sai do lugar. Se o governo não adotasse a metodologia da vigarice, o mapa das obras seria um oceano de carimbos vermelhos ("preocupante") e amarelos ("atenção"), com um punhado de ilhas assinaladas em verde ("adequado"). Graças à maquiagem operada por trocas de datas e palavras, o desastre administrativo é apresentado como a prova definitiva de que não há outra gerente de país como Dilma Rousseff.
Para ler mais, http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/
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