No blog A Perereca da Vizinha, hoje, postagem com o título acima:
A Faepa encomendou pesquisa de intenção de voto ao Governo e ao Senado.
Quem fez foi a empresa baiana que pertence ao irmão de um diretor da entidade.
Segundo a sondagem, o tucano Simão Jatene teria ultrapassado o Barbalhão numa eventual corrida ao Palácio dos Despachos – embora, devido à margem de erro, estejam tecnicamente empatados.
Num segundo turno, a petista Ana Júlia Carepa perderia tanto para Jatene quanto para o Barbalhão, embora com placar mais amplo em favor do primeiro.
Para o Senado, Barbalhão apareceria à frente de Valéria – e Flexa Ribeiro e Paulo Rocha estariam a comer poeira.
Fechada no final de semana, a sondagem foi comemorada pelos tucanos, mas, recebida com descrença por marqueteiros&afins de várias colorações.
O que se especula é que ela teria, na verdade, o objetivo de injetar algum ânimo nos arraiais tucanos, diante da dificuldade em costurar alianças.
Primeiro pelo animado sarau entre PMDB/PR/PTB e DEM.
Segundo porque a maioria dos prefeitos insiste em se manter em cima do muro, à espera da direção dos ventos.
O que mais a galera dos bastidores estranha é a falta de fatos novos para ensejar essa upgrade de Jatene.
“Até se o Jatene tivesse cantado num bar ou pescado um tucunaré bem grande seria um fato novo. Mas, nem isso aconteceu”, brinca um marqueteiro.
Segundo ele, o resultado da pesquisa é estranho até porque Jatene anda “completamente desaparecido”. “Ninguém fala dele. Só se fala no Jader e na Ana Júlia. Até o Duciomar é mais falado que o Jatene. E eu acho que, se fizessem uma pesquisa hoje, até o Almir apareceria na frente dele”, observa.
E detona: “Se a pesquisa fosse em Belém, até que o Jatene poderia aparecer bem, já que de vez em quando ele aparece nos bares...Mas, lá em Rondon do Pará, por exemplo, ninguém se lembra dele. As pessoas, com certeza, se lembram muito mais do Almir”.
Outro marqueteiro vai pelo mesmo caminho: “Pelas minhas contas, ele (Jatene) não percorreu nem 15 municípios. Não há fatos novos que alterem as pesquisas anteriores. Então, saiu de onde essa mudança? O que me causa estranheza é isso. Se ele tivesse aparecido em um grande programa do PSDB, isso teria repercussão. Mas, não houve isso. Além do que, os municípios que ele já percorreu (Curuçá, Salinas, Acará) são municípios pequenos, que não potencializam a região. Então, como é que sem um fato político novo, ocorre um terremoto que ninguém sentiu?”
Outro problema é que marqueteiros&afins andam de orelha em pé em relação aos efeitos da visível turbinagem da Comunicação do Palácio dos Despachos, sobre o eleitorado.
No Governo, as pesquisas são mantidas a sete chaves, até mesmo em relação à rejeição de Ana Júlia, que andaria altíssima.
Mas há quem garanta que essa rejeição vem recuando – e muito – nos últimos meses.
Tanto que, numa recente sondagem, ela apareceria tecnicamente empatada com Jader e Jatene, embora que com ligeira vantagem sobre ambos.
A maior aceitação de Ana Júlia seria explicada pela intensificação de sua agenda na Região Metropolitana – justamente a área em que seu desempenho andaria mais problemático.
Mais confiável que as pesquisas é, porém, a sintomática indefinição dos grandes partidos e da maioria dos prefeitos.
À exceção do PP e do PPS, apenas legendas nanicas, cujos integrantes mal enchem um fusquinha, já se definiram quer por petistas, quer por tucanos.
E, mesmo em tais legendas, há sinais de rebelião nas “bases” partidárias.
A indefinição dessa tchurma pra lá de escolada, habituada a medir a temperatura do eleitorado no corpo a corpo, é sinal da altíssima nebulosidade do quadro político.
Há, é claro, fortes sinalizadores: a alta possibilidade de reeleição (quase 80%, em todos os casos), a rejeição de Ana Júlia, a competência técnica e o excelente desempenho televisivo de Jatene, o fracionamento do PSDB, a ansiedade do eleitorado, apontada em todas as pesquisas, por uma terceira via, a força de um frentão capitaneado por Jader, a animosidade de tucanos e petistas.
Mas, se de fato já houvesse algum grande favorito às próximas eleições de outubro, seriam as grandes legendas e os prefeitos a correr em busca de uma aliança com ele – e não o contrário.
Razão, mesmo, tem um marqueteiro meu amigo, passado na casca do alho: “Essa eleição vai ser muito engraçada. E vai ter muita porrada, porque eleição só é boa com muita porrada, pode escrever”.
Postado por Ana Célia Pinheiro às 08:13
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