quarta-feira, 17 de março de 2010

APROVAÇÃO DO GOVERNO LULA CHEGA A 75%, MAS...

A aprovação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva é positiva (ótimo ou bom) para 75% dos pesquisados pelo Ibope para a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Na pesquisa anterior a aprovação era de 72%. De acordo com a pesquisa, 83% aprovam a maneira de Lula governar, o mesmo índice registrado há três meses.

Mas, seria esse alto índice de aprovação suficiente para Lula eleger sua sucessora, Dilma Roussef? No vizinho Chile, recém abalado por fortíssimo terremoto, a então presidente Michelle Bachelet, às vésperas da eleição presidencial, mês passado, também tinha altíssimo índice de aprovação de seu governo, ate superior ao de Lula: 81%. Apesar disso, não conseguiu eleger seu sucessor, Eduardo Frei, político muito conhecido e influente no Chile, exato oposto de Dilma no Brasil.

Resultado: Sebastián Piñera, da oposição, ganhou a eleição e já governa o Chile.

A última esquisa CNI/Ibope, divulgada hoje, indica José Serra (PSDB) com 5% à frente da candidata de Lula e do PT - na verdade, mais de Lula e menos do PT. Mas é inegável que ela reduziu a diferença em relação a Serra. Dilma já está em campanha aberta e ilegal desde o ano passado. Serra continua sem confirmar que é candidato, deixando o tucanato em pavorosa.

Como os prazos estão se encerrando, não vai demorar muito para se ter um quadro mais real da disputa. Basta aguardar.

2 comentários:

Jubal Cabral Filho disse...

Caro Piteira
Seria o normal que os brasileiros fossem, também, tão inteligentes quanto nossos colegas chilenos.
No entanto, quem poderá não lembrar do Nosso Guia quando for recdeber a famigerada esmola da Bolsa famíla?

Blog do Piteira disse...

A desilusão com os políticos caras de pau, cínicos e bandidos nos desanima, torna-nos descrentes, decepciona-nos, faz-nos pensar que todos são iguais, que um é a cara da cora do outro, bandas de uma mesma laranja - podre.

Não que acreditássemos neles por serem exatamente assim, mas porque, antes, posavam de diferentes, pregavam a moralidade e a decência no poder público, o resgate da boa e verdadeira política - até citavam as ágoras gregas, onde os cidadãos se reuniam para "fazer política".

Falavam de um mundo mais justo, fraterno, solidário, pregavam a construção de um novo homem e uma nova mulher; anunciavam, em tom meio messiânico, que um novo tempo estava chegando, no qual os trabalhadores chegariam ao poder e..., bem, tudo seria diferente do que até então os politiqueiros da velha e nova República haviam feito. Eles seriam os políticos do "bem", o lado "bom" da política.

Mas bastou assumir o poder para mostrarem que o principal objetivo, senão o único, era tão somente tomar o poder e, maquiagem aqui maquiagem ali, darem-se bem, muito bem, locupletarem-se e por em execução um plano de poder para zilhões de anos.

O plano de poder logo começou a ser posto em prática, sob comando de Zé Dirceu, Genoíno, Delúbio, Luiz Guishiken, com o cúmplice perfeito: Marcos Valério, o publicitário responsável pela maquiagem do dinheiro através dos bancos Santos, Rural e BMG. Novas revelações desse plano surgem, agora, com as investigações do Ministério Público de São Paulo sobre os escândalos da Bancoop, de onde também foram desviados cerca de R$ 100 milhões para a campanha de Lula, de Marta Suplicy e para abastecer o "valerioduto", segundo o MP/SP.

O "valerioduto" tinha como meta ambiciosa e perniciosa desviar R$ 1 bilhão dos cofres públicos, dinheiro esse que seria usado para abastecer o "mensalão" do governo Lula de então e os próximos.

Já o plano de governo..., esse realmente era apenas perfumaria, e isso tudo ficou exposto na "Carta ao Povo Brasileiro", de final de junho de 2002. Naquele momento da campanha, para conter a fuga de capitais estrangeiros, para evitar a especulação financeira e a subida vertiginosa da inflação, o Guia Maior garantiu que, se eleito, iria cumprir os contratos internacionais, que não mexeria nas estruturas basilares da economia de mercado, nada de moratória, nada de hostilidade ao capital externo, etc, etc, etc. Em outras palavras: que manteria as diretrizes adotadas pelo governo FHC. Como afirmam muitos economistas, o primeiro governo Lula foi o melhor ano do governo FHC e os próximos, sucessivamente.

... Mas do que falávamos, mesmo, Jubal? Ah, do Chile, Michele Bachelet, Piñera...

Há quem tenha dito que o erro maior de Michelle Bachelet, do ponto de vista de não ter adotado o populismo lulista, foi não ter replicado lá o Bolsa Família de cá, o maior programa mundial de institucionalização da compra de voto, a mais aviltante corrupção eleitoral travestida de programa social. E é justamente no Bolsa Família que está a maior confiança do Guia Maior pra a eleição de Dilma.

Bachelet deixou o governo do Chile com aprovação popular de 81% e em meio às destruições perversas de um terrível terremoto.

Lá, a economia, que é a melhor, mais estável e mais rentável da Latinoamérica, foi construída sobre pilares sólidos das leis do mercado e regulamentação governamental, como as citadas acima, além de segurança jurídica para os investidores.

Aqui, prevaleceu a insegurança terrorista imposta pelos guerrilheiros do MST, incentivados com farto financiamento público.

Os brasileiros vão agir como os chilenos? O poder de coação do Bolsa Família vai prevalecer e decidir as eleições deste ano?

O tempo e a vontade popular dirão.

José Maria Piteira