Sobre a postagem "Belo Monte: Falta mais ação aos defensores do projeto", publicada ontem, o leitor Luís André Guimarães enviou o seguinte comentário:
Realmente é muito fácil se colocar contra o projeto, visto que as frases feitas e de apelo fácil ao gosto popular causam maior impacto. Ninguém precisa estudar muito, ter grande conhecimento de causa para se colocar contra o projeto, enquanto que ser a favor envolve o conhecimento exato dos riscos, das responsabilidades envolvidas e dos critérios técnicos e legais que embasam a proposta.
Vejam só. Vivemos em um estado democrático, onde a participação popular nos fóruns e nas decisões são amplamente garantidos. E isto tem pouco tempo. A UHE Tucuruí, por exemplo, assim como Itaipú, não passaram pelos crivos das análises ambientais com o mesmo rigor com que se fazem hoje estes estudos. A legislação ambiental brasileira é bem moderna, data da década de 1980. Antes, num regime de exceção, as coisas eram feitas no peito e na raça, por vontade única dos Generais. Vejam o exemplo de Balbina
O projeto da UHE Belo Monte passou pelos mais modernos crivos legais, com estudos feitos por técnicos de alta capacidade e reconhecimento internacional, que merecem crédito. Os técnicos do IBAMA que aprovaram a licença são servidores públicos credenciados para suas funções, estudam anos a fio o processo, determinam as diretrizes dos estudos, emitem termos de referência para subsidiar o projeto.
Não venham agora com os Camerons da vida,falando que o projeto é inviável, com esse discurso fácil de ambientalista de asfalto e ar condicionado e essa intromissão inadequada nas coisas do Brasil. As vozes contrárias são serviçais dos querem um Brasil subdesenvolvido e um povo eternamente escravo das vontades imperialistas americanas.
Temos exemplos assim na nossa história, quando, por vontade da Inglaterra, a tríplece aliança (Brasil, Uruguai e Argentina) arrasou o Paraguai, pois este se transformava em uma nação autosuficiente. Para os povos desenvolvidos, nós merecemos só o terceiro mundo. E olhe lá!!!
André Luiz Guimarães
guimaraesjf@yahoo.com.br
COMENTÁRIO DO BLOG
André, pertinente o teu comentário.
O que me impressiona, no caso de Belo Monte, é que muitos líderes estaduais são favoráveis ao projeto, não se deixam aprissionar no emaranhao de argumentos estapafúrdios e alarmistas apresentados por pessoas contrárias a ele, mas não assumem essa posição publicamente.
Parece que têm vergonha de se opor ao bispo católico que puxa a romaria dos contrários. Passam a impressão de que declarar-se favorável ao projeto significa assumir uma posição antiambiental, o que comprometeria a imagem pública deles, de suas empresas, entidade sindical ou qualquer outra entidade que dirija.
Ora, como bem citaste em teu comentário, o projeto AHE Belo Monte passa sob rígida investigação, suas vantagens e desvantagens, seus impactos positivos e negativos foram e são analisados pelo Ibama com o critério rigoroso da nossa legislação ambiental. Os adiamentos sucessivos da liberação da licença ambiental prévia e do leilão demonstram bem isso.
Os argumentos contrários são frágis, insustentáveis. No dia 2 de fevereiro, em reunião com o presidente do Ibama, dom Erwin Krautler, o bispo do Xingu, anunciou o apocalípse: a cidade de Tucuruí seria inundada com o represamento das águs do Xingu. Na OAB, no dia 26 de fevereiro, a inundação já seria apenas parcial: um terço da cidade. Foi desmentido, no mesmo evento, pela procuradora geral do Ibama presente ao evento promovido pela Ordem. Aliás, esta rechaçou cada um dos argumentos apresentados, inclusive aqueles supostamente nocivos à população indídigena da regão. Foi desafiado para novos debates, mas silenciou. Agora, depois da Justiça Federal confirmar legalidade ao processo das audiências públicas que discutiram o EIA/Rima do projeto, correram à ONU para replicar suas denúncias absurdas e conclamar a interferência internacional contra um projeto que é decisivo ao desenvolvimento do Pará e da Amazônia.
Não faltam argumentos aos defensores do AHE Belo Monte. O que falta é mais coragem a estes em assumir tal posição e disputar a opinião pública com s contrários - coisa própria do Estado Democrático de Direito. Hoje, sem dúvida que os contrários têm atraído os holofotes no Brasil e no mundo para suas denúncias infundadas.
Depois do roqueiro Sting, agora é o cineasta Cameron que quer meter o dedo em um assunto que diz respeito a nós, brasileiros. Se não dizemoso o que pensamos e queremos, os outros vêm e fazem isso.
Fica aqui um fragmento do poeta Eduardo Alves da Costa, para reflexão:
"Na primeira noite, eles se aproximam
e roubam uma flordo nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil delesentra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada".
Um comentário:
André,
pertinente o teu comentário.
O que me impressiona, no caso de Belo Monte, é que muitos líderes estaduais são favoráveis ao projeto, não se deixam aprissionar no emaranhao de argumentos estapafúrdios e alarmistas apresentados por pessoas contrárias a ele, mas não assumem essa posição publicamente.
Parece que têm vergonha de se opor ao bispo católico que puxa a romaria dos contrários. Passam a impressão de que declarar-se favorável ao projeto significa assumir uma posição antiambiental, o que comprometeria a imagem pública deles, de suas empresas, entidade sindical ou qualquer outra entidade que dirija.
Ora, como bem citaste em teu comentário, o projeto AHE Belo Monte passa sob rígida investigação, suas vantagens e desvantagens, seus impactos positivos e negativos foram e são analisados pelo Ibama com o critério rigoroso da nossa legislação ambiental. Os adiamentos sucessivos da liberação da licença ambiental prévia e do leilão demonstram bem isso.
Os argumentos contrários são frágis, insustentáveis. No dia 2 de fevereiro, em reunião com o presidente do Ibama, dom Erwin Krautler, o bispo do Xingu, anunciou o apocalípse: a cidade de Tucuruí seria inundada com o represamento das águs do Xingu. Na OAB, no dia 26 de fevereiro, a inundação já seria apenas parcial: um terço da cidade. Foi desmentido, no mesmo evento, pela procuradora geral do Ibama presente ao evento promovido pela Ordem. Aliás, esta rechaçou cada um dos argumentos apresentados, inclusive aqueles supostamente nocivos à população indídigena da regão. Foi desafiado para novos debates, mas silenciou. Agora, depois da Justiça Federal confirmar legalidade ao processo das audiências públicas que discutiram o EIA/Rima do projeto, correram à ONU para replicar suas denúncias absurdas e conclamar a interferência internacional contra um projeto que é decisivo ao desenvolvimento do Pará e da Amazônia.
Não faltam argumentos aos defensores do AHE Belo Monte. O que falta é mais coragem a estes em assumir tal posição e disputar a opinião pública com s contrários - coisa própria do Estado Democrático de Direito.
Hoje, sem dúvida que os contrários têm atraído os holofotes no Brasil e no mundo para suas denúncias infundadas.
Depois do roqueiro Sting, agora é o cineasta Cameron que quer meter o dedo em um assunto que diz respeito a nós, brasileiros. Se não dizemoso o que pensamos e queremos, os outros vêm e fazem isso.
Fica aqui um fragmento do poeta Eduardo Alves da Costa, para reflexão:
"Na primeira noite, eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada".
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