Desastrosa e infeliz a entrevista que a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT) concedeu, hoje, em Belém, durante um evento realizado pelo jornal Valor. Para os seus objetivos eleitorais e os de seu partido, não poderia ter feito afirmações mais lamentáveis:
1. Sobre a disputa Serra X Dilma: "Creio que exista um risco. O Serra sempre deu pouca importância à região amazônica", admitindo o provável insucesso da candidata de seu partido e a provável vitória de José Serra (PSDB);
2. Candidatura do PT nas eleições de novembro: Afirmou ser a "candidata natural" do partido, mas que "meu partido se reunirá em 30 de abril" para tomar a decisão, admitindo que não tem garantido pelas bases do partido o consenso em torno de seu nome para a reeleição, o que fortalece a tese de realização de prévias no PT para a escolha do candidato. Neste caso, é grande a possibilidade de Ana Júlia não ter seu nome aprovado pelas bases partidárias. Suas palavras não deixam dúvida: "Surpresas sempre acontecem e, se não houver surpresa, não tem graça".
3. Sobre a aliança PT/PMDB no Pará: Ela admitiu que enfrenta dificuldades na relação com os peemedebistas, pois Jader Barbalho relutaria em se aliar a ela. Aqui a governadora faltou com a verdade, ou, no mínimo, omitiu a verdade: ela sabe que a aliança com o PMDB já foi pro brejo há muitos meses. As palavras do deputado federal Zé Geraldo (PT), ontem, da tendência "PT Pra Valer", que mais defende a tese de prévias, foi uma pá de cal no fim da aliança com o PMDB.
Um dia infeliz, uma entrevista desatrosa! Poderia ter sido evitada?
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