terça-feira, 27 de abril de 2010

CIMENTO PARAENSE NA OBRA DE BELO MONTE? NADA GARANTIDO!

Com a garantia de quase 100% de que o Aproveitamento Hidrelétrico (AHE) Belo Monte vai deixar de ser projeto e se transformar na terceira maior usina do mundo, a empresa Votorantim Cimentos saiu na frente e já negocia com o consórcio Norte Energia, vencedor do leilão realizado no dia 20 de abril, para ser o único fornecedor de cimento para a construção da hidrelétrica. O consórcio estima que a obra vai consumir cerca de 1 milhão de toneladas de cimento nos quatro anos de execução da obra.

E o Grupo João Santos, produtora do cimento Nassau, que tem uma fábrica em Itaituba (Itacimpasa), no Oeste do Pará, e outra na cidade de Capanema (Cibrasa), no Nordeste do Estado, não vai entrar nessa disputa? O que está fazendo o grupo empresarial, que detém 12% do mercado brasileiro de cimento, para se habilitar como fornecedor?

Taí uma coisa que deveria contar com a presença e ação do governo do Estado, incentivando as duas fábricas locais a se tornarem fornecedoras de cimento para essa grandiosa obra. Faça-se um acordo, com incentivo fiscal a estas, com contrapartida do Grupo João Santos em aumentar a produção e o número de empregos nas duas plantas industriais. Parados é que não devem ficar!

Uma das grandes promessas do governo para a construção da obra é a de geração de emprego. Taí uma oportunidade especial para isso.

É verdade que a Votorantim Cimentos é líder do mercado nacional, com 43% de participação, o que a torna a "Golias" no segmento de cimento, mas também é verdade que, quando se quer, é possível fortalecer a indústria estadual, especialmente diante de tamanha demanda do produto.

Com a força que tem, a Votorantim está se mexendo: acaba de adquirir 17,28% da portuguesa Cimpor e pretende construir oito novas fábricas de cimento até 2013, inclusive duas unidades no Estado do Pará - uma de 750 mil toneladas, com entrada em operação em 2012, e outra de 1,2 milhão de toneladas, com início de produção previsto para 2013. O investimento está orçado em 2,5 bilhões de reais.

Que o governo Estadual e a empresa se mexam. O tempo urge!

Nenhum comentário: