Quase 400 pessoas compareceram na Quadra de Esportes de Porto de Moz, onde ocorreu a terceira audiência pública referente às linhas de transmissão das subestações (SE) Tucuruí-Xingu-Jurupari do trecho Tucuruí – Manaus – Macapá.
Estiveram presentes moradores de Porto de Moz, estudantes, agricultores, ribeirinhos, políticos, representantes do governo e moradores da Reserva Extrativista Verde para Sempre. Acontecendo simultaneamente com as audiências públicas de Belo Monte, a sessão, que começou às 18h e durou cerca de 4 horas, se desenrolou com tranqüilidade.
Diversos moradores da Resex manifestaram porém preocupação e descontentamento com o traçado da linha proposto que passaria dentro da Resex ao longo do rio Xingu. Como o levantamento das propriedades e benfeitorias ainda não foi feito, ainda não se sabe o número de famílias que teriam que ser deslocadas com a implantação do linhão. Além disso, diversos moradores denunciaram a presença de funcionários da empresa Linhas de Xingu, transmissora de energia atuando dentro da Reserva, apesar do termo de embargo concedido pelo ICMbio em março, a pedido dos moradores e membros do conselho deliberativo da Resex. Hailton Ferreira, diretor desta empresa e responsável pelo empreendimento, ficou surpreso com as denúncias, e afirmou que a empresa está respeitando o embargo, mas se comprometeu em averiguar.
Outros questionamentos dizem respeito ao custo da obra, aos impactos e benefícios e à quantidade de empregos que seriam criados para os moradores da região. A obra, que não teve seu custo revelado pelo diretor da Linhas de Xingu, geraria cerca de 1.400 empregos diretos (2 mil no pico das obras) para a região ao longo de seus 500 km, durante os três anos de implantação. Desses empregos diretos, 30% consistem em mão de obra especializada trazidos pelo empreendedor de outras regiões do país. Os 70% restantes seriam preenchidos localmente, em toda a região de abrangência do projeto que compreende os municípios de Tucuruí, Pacajá, Anapu, Vitória do Xingu, Porto de Moz e Almerim.
A linha de transmissão de energia de 500 kv, com capacidade de escoamento de 2.400 MW, faz parte da expansão do sistema de transmissão denominado Interligação de Tucuruí–Manaus–Macapá. Tem como objetivo o fornecimento de energia para os grandes centros urbanos de Macapá (AP), Manaus (AM) e Santarém (PA).
Fonte: Movimento Xingu Vivo para Sempre, publicado no blog Espaço Aberto
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