Mato Grosso tem acesso natural a Santarém pelos rios Teles Pires e Tapajós, que exige investimento para seu múltiplo aproveitamento, mas que sofre restrições ambientais. Mesmo assim, passo a passo, essa hidrovia avança e quando concluídas as hidrelétricas previstas em seu curso, será possível embarcar commodities nas imediações de Sinop e navegar cerca de 1.300 km até os portos santarenos na foz do Tapajós no rio Amazonas, com frete bem mais barato do que os atuais que vigoram no modal hidrorodoviário alternativo atual.
Defensores da hidrovia pretendem construir terminais portuários em Sinop e Alta Floresta, que se tornariam grandes pólos do comércio na região central do continente.
A construção de eclusas seria um componente que oneraria a operacionalização da hidrovia. Porém, um fato que está prestes a se concretizar reduzirá a facada no bolso do Ministério dos Transportes e dos interessados na navegação: a implantação de hidrelétricas no Tapajós e no Teles Pires.
O Tapajós se divide em dois trechos: o Baixo e o Alto Tapajós. O primeiro, com 345 km entre São Luís do Tapajós (de Itaituba) e a foz em Santarém, é navegável o ano inteiro e tem vazão média em Itaituba de 11.800 metros cúbicos por segundo. O outro, acima de São Luís e até a nascente do rio, tem um trecho encachoeirado de 28 km de São Luís até a cachoeira de Buburé.
Nessa área a gigante Camargo Corrêa construirá uma hidrelétrica com capacidade na ponta de 9 mil megawatts (mW), e próximo a essa obra fará outra, para 2 mil mW, no rio Jamanxim, afluente do Tapajós pela direita. A construção das duas barragens tem o aval do governo, que liberou para a Camargo, R$ 13,6 milhões pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia, para afunilamento do projeto.
Fonte: Jornal Diário de Cuiabá, reportagem publicada no site ecoamazônia.com.br
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