O senador Álvaro Dias (PSDB/PR) acaba de apresentar requerimento à mesa do Senado solicitando que o presidente José Sarney (PMDB/AP) indique os substitutos dos senadores indicados pelos líderes partidários que se recusam a estar presente na sessão de instalação da CPI da Petrobrás. Sob pressão do governo e orientados por seus líderes partidários, os senadores indicados pelos partidos governistas vêm boicotando a instalação da CPI.
Arthur Virgílio (PSDB/AM), líder dos tucanos, anunciou que renunciaria à relatoria da CPI das ONG's, uma das exigências do governo para permitir a instalação da CPI da Petrobras, e, em nome do senador paraense Mário Couto (PSDB/PA), que desistiria da proposta de CPI para investigar denúncias de irregularidades no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit).
Mas nada disso adiantou, pois o líder do governo, senador Rometo Jucá (PMDB/RO), de forma cínica, anunciou que a bancada governista estava em obstrução à CPI e que exigia exatamente o que Arthur Virgílio havia anunciado.
De imediato, Arthur Virgílio autorizou o presidente da Casa a adotar os procedimentos para a não criação da CPI do Dnit e que iria encaminhar documento à Mesa renunciando à relatoria da CPI das ONG's.
Mas, mais uma vez, e com o mesmo cinismo, Romero Jucá afirmou que só respondia por ele, que não poderia falar pelos demais líderes partidários da base de governo, mesmo sendo líder do governo.
Conversa pra boi dormir e um insulto a todos nós, cidadãos. Na verdade, o governo não quer, de forma alguma, que as denúncias sobre a Petrobrás sejam investigadas.
E, neste momento, Sarney acaba de afirmar que não tem poderes para indicar outros senadores em substituição àqueles que boicotam a instalação da CPI.
Como afimei ontem, política do surreal. Esse é o parlamento brasileiro - hoje, uma extensão submissa e vergonhosa do próprio governo Lula.
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