O blog do Parente publica, hoje, artigo de Ivo Lubrinna, garimpeiro e presidente da Associação dos Mineradores de Ouro do Tapajós (AMOT), com o título acima.
Texto pertinente com questões que remetem todos nós à reflexão: aos ecoloucos que, pela irracionalidade e argumentos ideologizados, condenam milhares à condição de pobreza subumana, e a todo nós que, mesmo professando fé no desenvolvimento como meio de combate à pobreza, acovardamo-nos diante dos discursos e das ações agressivos dos primeiros.
Vele à pena ler, refletir e debater!
Pergunto-me, por que de certo tempo para cá, ONG’s, financiadas por capital estrangeiro, e até mesmo pessoas daqui da cidade, que eu tenho certeza têm alguma pessoa na família que foi ou é garimpeiro, vêm propondo a extinção, pura e simples, da garimpagem e da mineração na região do Tapajós. Será que essas ONG’s vão oferecer ocupação para esse exército de garimpeiros, que ficarão abandonados e sem o que fazer, após essa paralisação da garimpagem, propostas pelos “verdes” xiitas?
Por que extinguir essa atividade, se foi ela que trouxe oportunidades para o Tapajós. Atualmente, a economia de Itaituba ainda e baseada na extração mineral, e não tenho medo de afirmar que cerca 60% a 70% da economia do município provem do labor nos garimpos.
Ao longo dos anos, passamos por diversos ciclos econômicos aqui na região: madeira, borracha, peles e outros; e o que ficou? Nada! Alguns, com certeza também vão dizer que o ciclo do ouro, que eu digo, ainda não acabou, não deixou nada de bom também. Pois eu digo que deixou sim. Citarei um exemplo: hoje, temos um dos melhores plantéis de gado do Estado do Pará, gado esse financiado por homens que vieram do garimpo.
Nós, homens em sua maioria, sem oportunidades, que viemos dos quatro cantos do Brasil (principalmente do Nordeste do país), atendendo ao chamado do Governo, com seus planos bem intencionados, mas mal elaborados, cá estamos e mudamos a história de todo o Tapajós. Portanto, a culpa não pode ficar só em nós garimpeiros e mineradores.
Esse Governo, que para cá nos trouxe, também tem sua parcela de culpa, pois não teve competência e nem se dispôs a nos acompanhar, trazendo a ordem para o avanço que nos homens brutos, de mãos calejadas e ombros fortes, protagonizávamos.
Vale lembrar que Santarém cresceu à sombra dos garimpos. E Itaituba, se não cresceu e nem se desenvolveu mais economicamente, a culpa não é dos garimpeiros, a culpa é do Governo (municipal, estadual e federal) que nunca olhou aqui para essa região. Aliás, o Governo Federal olhou sim, na década de 80, quando precisaram do ouro, tirado aqui do Tapajós, para comprar petróleo e acudir o País.
O que nós queremos e pedimos é orientação e agilidade para que possamos trabalhar na legalidade e produzir sustentavelmente, lembrando que a garimpagem e a mineração são atividades que pouco desmatam e se forem feitas de forma correta, como todas as outras atividades, podem caminhar de mão dadas com a sustentabilidade.
A garimpagem irá completar 51 anos, aqui na região, em 2009, e desde sempre nós já sabíamos que tínhamos que conviver pacificamente com o meio ambiente. Nós, garimpeiros e mineradores, produzimos lastro barato para o País, sem dispêndio de dólar. Mas será que os financiadores dessas ONG’s com interesses espúrios querem que nós continuemos produzindo esse lastro, que é o ouro?
Alerto a esses ongueiros malucos que não nos acuem, pois vamos partir para cima de vocês, uma vez que estão querendo tirar nossa sobrevivência, pois o que sabemos fazer é garimpar. E para quem não quer reconhecer a atividade garimpeira, ou mesmo acabar com ela, lembro que o garimpo faz parte do Hino de Itaituba, que também é carinhosamente chamada de “Cidade Pepita”: “Os garimpos, as praias e a fonte...”
Por quê?
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