É preciso proibir ações de exploração agrícola que promovam desmatamento e substituição da vegetação original por lavouras de ciclo curto ou pastagem na Amazônia. Sem isso, áreas extensas da região podem chegar, em alguns anos, a um estágio de devastação irreversível.
O argumento foi apresentado, ontem, pelo agrônomo e professor do Departamento de Humanidades da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Amílcar Baiardi, em Manaus, durante a 61ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
Para ele, as terras firmes de florestas densas devem ser o foco de maior preocupação. “São áreas em que, no máximo, pode ocorrer um aproveitamento restrito e limitado, com sistemas agroflorestais envolvendo lavouras de ciclo longo, preferencialmente. Dessa forma, é possível expandir a produção de alimentos na Amazônia sem prejuízo à floresta, não só pensando na segurança alimentar, mas também em negócios que viabilizem emprego, renda e interesses de empreendedores”, destacou o cientista.
Baiardi explicou que limitar de forma mais intensiva as ações de desmatamento na Amazônia não significa impor o fim da prática da agricultura na região. Ele defendeu o uso de técnicas que garantam a utilização do território de forma menos agressiva e, ainda, o incentivo a métodos que permitam melhor aproveitamento das áreas de várzeas e daquelas já degradadas.
O pesquisador reconhece que o agronegócio é uma das atividades econômicas mais importantes do país, responsável, segundo ele, por 4% do Produto Interno Bruto do país (PIB).
Fonte: Agência Brasil
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