"Posso não concordar com nenhuma das tuas palavras, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-las." (Voltaire)
terça-feira, 21 de julho de 2009
ONG PROPÕE ALTERAÇÃO EM LIMITES DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Na manhã da última segunda-feira, diretores do Instituto Jari Socioambiental se reuniram com o secretário de Meio Ambiente do Pará, Aníbal Picanço, para entregar documento em que propõem a reespacialização da região norte do Estado, onde estão as unidades de conservação criadas pelo governo do Pará, em dezembro de 2006.
Segundo a presidente da entidade, Sandra Morette Silva, ao criar a reserva biológica (Rebio) Maicuru, com 1,17 milhão de hectares, o governo do Estado não levou em conta a existência de uma população de 15 mil pessoas que moram e trabalham na província mineral Paru Jari, em cerca de 100 garimpos.
A proposta principal da Jari Socioambiental é alterar os limites da Floresta Estadual (Flota) do Paru, com 3,6 milhões de hectares, que seria aumentada em cerca de 200 mil hectares hoje pertencentes à Rebio Maicuru, ao mesmo tempo em que esta ganharia 400 mil hectares do extremo norte da Flota Paru. Com isso, todas as principais áreas de garimpo da região passariam a ficar dentro da Flota Paru, uma unidade de conservação de uso sustentável, permitindo a legalização das atividades dos mineradores que lá trabalham. Ao mesmo tempo, a área da Rebio Maicuru, que não permite nenhuma atividade humana, seria aumentada e teria seus limites expandidos até o Parque Nacional de Tumucumaque.
Segundo José Waterloo Leal, assessor do vice governador Odair Corrêa, que acompanhou os dirigentes da entidade, a área onde estão os mineradores é rica não apenas em ouro, mas também em cobre, chumbo, níquel e zinco, constatação esta que justificou a criação, nos anos 80, da Reserva Nacional do Cobre (Renca). José Leal sugeriu ao titular da Sema que acesse as informações sobre a diversidade e riqueza da região que estão em poder da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM).
O secretário Aníbal Picanço garantiu que submeterá a proposta a análise dos técnicos da Sema e que dará resposta à entidade.
Esta é a segunda proposta de alteração dos limites entre as unidades de conservação criadas no final de 2006. A primeira proposta foi apresentada pela deputada Josefina Carmo (PMDB), ainda em 2007. Ela sugeriu ao governo do Estado a alteração dos limites entre a Flota Paru (de uso sustentável) e a Estação Ecológica Grão Pará (de proteção integral), permitindo a continuidade de pesquisas que indicam a presença de grande mina de bauxita nos limites entre as duas unidades de conservação, em áreas dos municípios de Monte Alegre e Alenquer, e sua provável exploração.
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