Pouco mais de 2 mil pesquisadores doutores atuam nos estados da Amazônia legal. A região, que ocupa mais de 40% do território brasileiro e é centro das atenções de cientistas do mundo todo, responde por irrisórios 4,5% do quadro de doutores formados do País.
Os dados são do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, o CNPq, e sustentam a constatação de que a maior floresta tropical do mundo ainda não superou o estigma de vazio científico.
“O paradoxo é que estamos em uma região que é central para a pesquisa internacional”, avalia o pesquisador Odenildo Sena, diretor-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas, o Fapeam. “A Amazônia não tem recebido a atenção necessária na área da produção do conhecimento científico, quando deveria ser protagonista. Nós temos um mundo aqui a ser pesquisado, um mundo ainda a ser descoberto”, diz Odenildo.
Entre os estados do Norte, o Pará é o que possui a posição mais confortável no ranking de pesquisadores doutores: são 943 cientistas com título de doutorado - oitenta a mais do que o segundo colocado, o estado do Amazonas, com 863. Os dois estados, juntos, apesar da vantagem sobre os demais da região Norte, não respondem sequer por metade do quadro da Universidade de São Paulo. A USP, sozinha, possui 5 mil doutores atuando em pesquisa. Tocantins (194), Acre (117), Rondônia (107), Roraima (106) e Amapá (40), completam o quadro.
A escassez histórica de pesquisadores na região, além de seus motivos e perspectivas de solução, voltou a ser assunto de discussão na reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, o SBPC. O campus da Universidade Federal do Amazonas, em Manaus, recebeu, entre os dias 12 e 17 deste mês, a 61ª edição do evento. O mesmo que, há dois anos, teve Belém como sede - e que recolocou em debate a má distribuição de cabeças pensantes com títulos de doutor entre as regiões do Brasil.
Fonte: O Liberal
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