Depois da denúncia de desvio, pela Fundação José Sarney, de R$ 500 mil para empresas fantasmas (o valor era parte de um patrocínio cultural recebido da Petrobras) e, nas páginas de Veja desta semana, da descoberta de uma conta secreta do senador maranhense no exterior (o saldo é de mais de 870 mil dólares), eis que ele, o autor de "Marimbondos de Fogo", aparece, nesta segunda-feira, tomado de repentino espírito de decência e travestido como o mais honorável paladino da moralidade pública e – buuuummm!!! – com uma só tiro (ou melhor, canetada), anula todos os 663 atos secretos do Senado Federal, como se, de repente, ficasse indignado diante de uma imoralidade que só agora tomasse conhecimento.
Na semana passada, o Ministério Público Federal (MPF) pediu à Polícia Federal que investigasse esses 663 atos secretos. O MPF quer que os atos não publicados sejam analisados individualmente, para saber quem foram os beneficiários.
NEM OS LIVROS DO PRÓPRIO AUTOR FORAM CATALOGADOS
Quem tiver a curiosidade de entrar no site da agora notória Fundação José Sarney e navegar até o link de busca online da biblioteca, experimente digitar o nome de José Sarney. E então, o que veio? Marimbondos de Fogo? Saraminda? O resultado é: "nenhum resultado encontrado para sua busca" - apesar da promessa de que ali se encontraria "o acervo bibliográfico, constituído documentos, entre livros, folhetos, fascículos, periódicos, edições novas e estrangeiras e obras literárias do titular".
Quer dizer, tomaram 1,3 milhão da Petrobras e não se deram ao trabalho nem de digitar o catálogo da biblioteca.
Há somente 40 obras catalogadas, apesar de o site vangloriar-se de que o acervo da Fundação possui "um valiosíssimo acúmulo de informações, sobretudo relacionadas à literatura brasileira, maranhense e universal, contando ainda com vastíssima bibliografia das ciências jurídicas, sociais e políticas".
Fonte: Portal Veja e redação do blog
Nenhum comentário:
Postar um comentário